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Procuradoria captura suposto mandante dos ataques armados em Cabo Delgado

Os ataques armados em Cabo Delgado estão a ser financiados e liderados por um empresário sul-africano, que tem estado a pagar um salário mensal de 10 mil meticais, a cada um dos membros do grupo que desde Outubro de 2017 vem protagonizando actos de terror contra a população e forças de defesa e segurança.

A informação foi confirmada pela Procuradoria Provincial de Cabo Delgado, que o acusa de sete crimes.

O empresário sul africano foi detido em Agosto último, dias depois de ter recebido alta no Hospital Provincial de Pemba, onde esteve internado vários dias, para tratar o seu braço, que foi atingido por uma bala, durante um assalto a que foi vítima na vila de Palma.

No entanto, a sua detenção só foi formalizada em Dezembro último, pela procuradoria provincial, que confirma a existência de provas suficientes do seu envolvimento.

No processo, 356/2/P/2018, autuado a 17 de Dezembro último, o Ministério público, acusa o sul-africano, e mais quatro cidadãos, dos quais dois Tanzanianos e outros moçambicanos, de terem protagonizados vários ataques ano passado.

Segundo descreve o processo crime, só em Abril de 2018, o grupo armado liderado pelo sul-africano, e vários outros que continuam escondidos num quartel instalado no distrito de Nangade, realizaram sucessivos ataques no distrito de Palma, concretamente nas aldeias de Ncumbe, Muangaza, Eduardo Mondlane e a sede do posto administrativo de Olumbe, onde decapitaram mais de 10 civis.

De acordo com acusação, durante as investigações realizadas pelos Serviços de Investigação Criminal, foram encontradas na residência do suposto líder do grupo, pólvora, catanas, arcos, flechas e foguetes, que por serem consideradas armas proibidas, foram tidas como provas suficientes do seu envolvimento como financiador, logístico e coordenador dos ataques.

Para além de provas materiais, documentais, periciais e por confissão de alguns arguidos, durante as investigações foi descoberta uma base escondida no distrito de Nangade, onde os líderes do grupo armado orientavam treinos militares, e planejavam assaltos as bases das Forças de Defesa e Segurança instaladas nos distritos de Palma e Mocimboa da Praia.

A instalação de um Estado Independente que anexe a região norte de Cabo Delgado e o sul da República de Tanzania, segundo acusação é o principal objectivo do grupo armado, que supostamente pretende criar instabilidade e impedir a exploração do gás natural de Palma.
 

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