O País – A verdade como notícia

Processo de candidaturas à PRM leva a enchentes nas conservatórias

Há filas longas nas Conservatórias de Registo Civil e no Centro Provincial de Recrutamento e Mobilização da Cidade de Maputo, devido a utentes que precisam de documentos para a submissão de candidaturas ao curso da polícia

A abertura do quadragésimo quarto curso básico da Polícia da República de Moçambique está a provocar longas filas em algumas instituições, que emitem parte dos documentos necessários para o ingresso  a esta formação.

As conservatórias de registo civil e os centros de recrutamento e mobilização, para o efeito de obtenção de certidão de nascimento e declaração militar, respectivamente, são as que têm registado maior número de utentes.

Jorge Wate precisa de declaração militar e diz ter chegado ao Centro Provincial de Recrutamento e Mobilização da cidade de Maputo às 06 horas desta sexta-feira, mas até às 10 horas, durante a gravação da entrevista, estava muito longe de ser atendido. 

“Fui atribuído um número bem distante do número que está na dianteira. Eu estou no número 500 e agora estão a chamar cento e tal”, declarou 

Apesar da crescente demanda por declaração militar nesta instituição, os jovens mostram-se satisfeitos com o atendimento. Júlio Michaque, jovem, que luta para ingressar nas fileiras da Polícia, disse que, comparativamente com os dias anteriores, o atendimento está razoável.

Angelina Carlos, esteve no Centro Provincial de Recrutamento e Mobilização da Cidade de Maputo na segunda-feira, mas desistiu devido à extensão da fila e só voltou nesta sexta-feira. Para ela, o atendimento está a seguir um ritmo normal. “Até aqui ainda estou na bicha, mas o atendimento já está a ser razoável”, disse.

Nas Conservatórias da cidade de Maputo, a história repete-se. Filas longas.

Na segunda Conservatória, jovens relataram que estavam na instituição pelo segundo dia à procura de ter certidão de nascimento, um dos requisitos indispensáveis para a submissão de candidatura para a formação. Válter Comé é exemplo disso. “Ontem estive aqui, fiquei aqui por volta de três horas, cheguei às 10 horas e saí às 13 horas, porque tinha de ir tratar outros documentos”, declarou.

Entre reclamações e murmúrios, reina a incerteza de ter o documento esta sexta-feira, pelo menos para Luís Ndlamine, jovem que não quer perder a oportunidade de se candidatar. “Não entendo como vai ser isso aqui, se vou entregar os meus documentos ainda hoje ou não”, disse num tom de desespero.

Na primeira Conservatória da Cidade de Maputo, uma jovem disse, em anonimato, que esteve na instituição na quinta-feira às 11 horas e só saiu às 14 horas sem resultados. Esta sexta-feira, chegou mais cedo para conseguir o seu objectivo. “Madruguei um bocadinho, apesar de não ter conseguido chegar a hora em que eu gostaria de chegar, mas acho que hoje serei atendida”.

A Conservadora, Ema Teresa Tonga, da primeira Conservatória, disse que o aumento da procura pelos serviços obriga a instituição a receber até 300 pedidos por dia, contra os 120 a 150 habituais. 

“Posso dizer o seguinte, que desde o dia 14, que acho que foi na semana passada, começamos a notar estas enchentes de utentes à procura dos assentos de nascimento. Então, dia-a-dia, vai se aumentando o número. Acho que começamos com um número de 170  e até a data de ontem (quinta-feira) recebemos 300 pedidos”.

Face à demanda, a instituição reduziu o tempo de espera, de quatro dias para dois. Paralelamente, reforçou a equipa de atendimento. De lá para cá acelerou o processo. “Ao iniciar só tínhamos lá um funcionário a receber os pedidos, mas agora tivemos que aumentar mais três colegas”, disse a responsável, sublinhando que depois da submissão de candidaturas para o ingresso a Polícia, o processo voltará à normalidade.

No Centro Provincial de Recrutamento e Mobilização da cidade de Maputo não foi possível interagir com os responsáveis, mas segundo a observação no local,  a instituição apresenta maior número de utentes nas filas, em relação às Conservatórias.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos