O país precisa de soluções estruturais para resolver o crónico problema de transporte, defende o ministro dos Transportes e Comunicações. Mateus Magala classifica a insegurança nas estradas nacionais como “terrorismo rodoviário” que representa uma situação anormal.
Quando faltam quatro semanas para o fim do ano 2022, o Ministério dos Transportes e Comunicações juntou vários quadros do sector num Conselho Coordenador para um debate aberto, profundo e transparente sobre os caminhos a seguir para ultrapassar os problemas estruturais, como dos transportes e segurança rodoviária.
“O país clama por soluções estruturais para resolver o crónico problema de transporte de passageiros, caracterizado pela baixa qualidade da oferta deste serviço, no segmento urbano, distorcendo o funcionamento de todas as outras actividades económicas e sociais que dependem deste serviço, como o acesso ao emprego, produtividade das empresas, educação, saúde, turismo”, disse Mateus Magala, ministro dos Transportes e Comunicações.
Um dos factores que contribuem para a precariedade dos serviços de transportes de passageiros é o conflito na Europa.
“Problemas de transporte público urbano agravaram-se com a recente crise provocada pela guerra na Ucrânia, cujo impacto se verifica com o aumento sucessivo dos preços dos combustíveis, levando ao aumento do custo de vida e dos custos operacionais do serviço de transporte”, explicou o titular das pastas na área de Transportes e Comunicações.
Para o governante, a solução dos problemas a que se refere passa pela reforma profunda que integra diferentes tipos de transporte.
“A nosso ver, a solução passa pela reforma profunda sobre como este serviço tem vindo a ser prestado, passando do informal para a profissionalização dos transportadores, integração dos diversos modos de transporte (rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial e lacustre), incremento de transporte de massas, ao mesmo tempo que intervimos na malha rodoviária para a extensão e melhoria da rede e qualidade das vias de acesso”, elucidou Mateus Magala.
Sobre a segurança rodoviária, Magala diz que o país está a atravessar um momento crítico. “É um momento crítico, caracterizado por violentos acidentes de viação. Só nos primeiros nove meses deste ano, em Moçambique perderam a vida 658 cidadãos e outros 1418 contraíram ferimentos, resultantes de 679 acidentes de viação. Neste contexto, definimos a segurança rodoviária como uma prioridade de primeira ordem para travarmos o terrorismo de rodoviário.”
A morte de uma média de mais de duas pessoas por dia, vítimas dos acidentes de viação no país, deve ser preocupação de todos. “Esta não é uma situação normal. Precisamos de mobilizar todas as forças vivas da sociedade para reverter este quadro negro.”
De acordo com Magala, o Conselho Coordenador deve sugerir formas de tirar o país da crise que atrasa o desenvolvimento e aumenta a vulnerabilidade das famílias.
O quadragésimo Conselho Coordenador do Transportes e Comunicações decorre sob o lema “Transportes, Comunicações e Meteorologia, promovendo a economia digital e a mobilidade sustentável” na Cidade de Maputo.