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Primeiro-ministro lança campanha contra cólera em Cabo Delgado

O primeiro-ministro lançou hoje a campanha de vacinação contra a cólera, na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado. Carlos Agostinho do Rosário falou dos avanços alcançados no combate a esta e outras doenças, dos desafios que persistem e sublinhou que “prevenção continua a ser a única arma eficaz para nos protegermos” desta e de outras enfermidades.

Serão vacinados 366.750 pessoas com idade igual ou superior a um ano, bem como mulheres grávidas e adultos.

Para serem vacinados, os cidadãos devem dirigir-se às unidades sanitárias e aos postos fixos criados para o efeito, observando “rigorosamente as medidas de prevenção contra a COVID-19”, apelou o primeiro-ministro.

A campanha de vacinação contra a cólera em Cabo Delgado decorre numa altura em que a província registou 1.627 casos desta, desde Fevereiro do ano em curso até ao momento.

A cólera, naquela província, já causou a morte de 27 pessoas, o que representa uma taxa de letalidade de 1.7%. O surto está a afectar a população de cinco distritos de Cabo Delgado, nomeadamente: Ibo, Macomia, Mocímboa da Praia, Metuge e Pemba, disse Carlos Agostinho do Rosário.

Segundo o governante, o país, não obstante as acções que o Governo tem vindo a desenvolver, regista ainda a ocorrência de doenças transmissíveis, algumas das quais de origem hídrica e ambiental. Entre elas está a malária e as diarreias, cujo impacto é “maior na saúde pública”.

“Das doenças diarreicas, destaca-se a cólera pelo seu elevado nível de transmissão e mortalidade. No entanto, apesar dos avanços registados na prevenção e combate à cólera, ainda persistem alguns desafios, que decorrem dos seguintes factores: deficiente provimento de água potável, prática do fecalismo a céu aberto aliada ao inadequado saneamento do meio ambiente; fraca capacidade na gestão e tratamento dos resíduos sólidos e má percepção no seio de algumas comunidades sobre a origem de algumas doenças, sobretudo a cólera, o que gera rumores e desinformação”, explicou o primeiro-ministro.

Assim, para mitigar o impacto da cólera, o Governo, através do Ministério da Saúde, vai realizar a campanha de vacinação nos distritos afectados, em duas rondas: a primeira começou esta segunda-feira e vai até sexta-feira. A segunda ronda decorrerá de 12 a 17 de Outubro deste ano.

Entretanto, nos distritos de Pemba e Metuge a vacina só será administrada nas pessoas que no ano passado não foram abrangidas, segundo explicou Carlos Agostinho do Rosário, explicando que “parte considerável da população destes distritos foi vacinada em 2019, depois da ocorrência do ciclone Kenneth”.

O primeiro-ministro esclareceu ainda que “uma pessoa vacinada está protegida da cólera e, dessa forma, diminui o risco de transmitir a doença aos outros”.

Para ter o impacto desejado, “a vacinação deve ser combinada com outras medidas”, tais como a “lavagem das mãos com água e sabão ou cinza, após o uso da casa de banho, latrina e antes do contacto com alimentos”.

É preciso ainda “consumir água fervida ou de água tratada com certeza ou cloro, bem como manter a higiene e limpeza nas nossas casas”.

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