Moçambique assumiu oficialmente, esta segunda-feira, a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
No seu discurso de assunção do cargo, o Presidente da República, Filipe Nyusi, agradeceu aos demais Chefes de Estado e de Governo “pela honra e confiança”, sobretudo pelo apoio para organizar virtualmente a 40ª cimeira do órgão.
“Perante todos vós, aceito com muita humildade e responsabilidade o mandato da SADC que me acaba de a ser confiado (…)”, afirmou Filipe Nyusi e sublinhou que Moçambique conta com o apoio de todos os membros do órgão que existe há 40 anos.
Nyusi não esqueceu de endereçar uma saudação aos fundadores da SADC e afirmou estar confiante que “o conjunto de decisões” que forem tomadas na cimeira vão impulsionar o desenvolvimento do bloco regional.
Segundo o Presidente da República, o Chefe de Estado da República Unida da Tanzânia e Presidente cessante da SADC, John Magufuli, dirigiu órgão, durante um ano, em meios a “muitos desafios” que assolam Moçambique, a região e o mundo.
Aliás, John Magufuli disse que ao longo dos últimos oito meses do sei mandato, o mundo vem enfrentando uma crise sanitária e económica grave e sem precedentes, causada pela pandemia da COVID-19.
Para Magufuli, as ameaças terroristas e as mudanças são alguns desafios para a SADC.
Refira-se que a organização foi criada na Zâmbia, em 1980, como Conferência de Coordenação do Desenvolvimento da África Austral (SADCC). Em 1992 foi transformada para a actual SADC, na Namíbia, o que significa que existe como tal há 28 anos.
“SADC PERTENCE AO POVO E O POVO PRECISA DE PAZ, DE SEGURANÇA E DE ESTABILIDADE”
Discursando na abertura oficial da 40ª cimeira ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da SADC, a secretária executiva do órgão, Stergomena Lawrence Tax, começou por recordar as declarações de Benjamin William Mkapa, terceiro Presidente da República Unida da Tanzânia, segundo as quais “a SADC pertence ao povo e o povo precisa de paz, de segurança e de estabilidade, como factores decisivos para trabalhar e investir no hoje e no amanhã”.
De acordo com ela, “a pandemia COVID-19, embora devastadora, não irá ofuscar as conquistas que a SADC alcançou desde o estabelecimento da Conferência para a Coordenação do Desenvolvimento da África Austral (SADCC) em Abril de 1980”.
Stergomena Tax disse que embora a SADC tenha progredido, “ainda há trabalho por fazer se quisermos promover efectivamente a industrialização e melhorar o crescimento económico na região”.
Por exemplo, “o comércio total Intra-SADC, que era de 19,3%, em 2018, é significativamente menor em comparação com outras regiões como a Ásia (30%) e a União Europeia (60%)”.
Estas observações, prosseguiu Stergomena Tax há necessidade urgente de os Estados-Membros melhorarem a competitividade, transpondo as limitações a nível da oferta, incluindo o reforço da cooperação em matéria de conectividade transfronteiriça, fornecimento e partilha de energia, eliminando as barreiras não tarifárias que continuam a constituir um obstáculo ao bom fluxo das mercadorias.