O Primeiro-ministro, Adriano Maleiane, considera que é uma pena que os atletas estejam há sete anos sem receber os seus prémios pela conquista das diversas provas internacionais em que estiveram envolvidos.
O governante entende que é preciso perceber o que é que, de facto, terá acontecido, tendo em conta que, na sua opinião, esse facto não é normal tanto para quem está há sete anos sem pagar assim como para quem deve receber.
“É o direito que eles têm. Está escrito e há muitos recursos para fazer valer aquilo que é o seu direito. Toda gente sabe que há justiça e, por isso mesmo, não podemos ficar à espera”, anota Adriano Maleiane.
“Estou convencido de que o secretário de Estado do Desporto está a ouvir a preocupação e vai, naturalmente, ter que encontrar uma solução”, disse o governante, reforçando que “nós como pessoas e como Estado não podemos ser conhecidos por faltar à palavra”.
Adriano Maleiane diz que o Estado quando promete, deve cumprir e a sociedade também quando pede emprestado tem de cumprir. Portanto, nós temos de ser pessoas com palavra”, explica. O governante sublinha que a palavra do Estado deve valer mais que contratos, pelo que é preciso que se cultive a confiança.
O Estado deve aos atletas um total de 16 milhões de meticais. A Secretaria de Estado do Desporto (SED) comprometeu-se, em Fevereiro, a começar a pagar a dívida nos finais do mês passado, o que não aconteceu. Esse facto forçou os atletas a dirigirem-se, há duas semanas, à SED para exigirem explicações.
Na ocasião, ficaram a saber, através do director Nacional do Desporto para Alto Rendimento, Francisco da Conceição, que o processo estava em curso, ainda que não tivesse determinado as datas.
Ainda em relação ao assunto, reagindo ao “O País” na semana passada, o secretário de Estado do Desporto, Gilberto Mendes, disse que o processo de pagamento estava dependente da disponibilização do valor por parte do Ministério da Economia e Finanças.
Garantiu, o governante, que assim que o valor estiver disponível os atletas poderão receber em tranches, sendo que a prioridade será para o grupo de 2017.
Por sua vez, os atletas prometem continuar a reivindicar os seus direitos até que tenham uma resposta à altura das suas preocupações. Nesse sentido, não descartam a possibilidade de boicotar as provas internacionais.