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Preços sobem menos em Setembro

O mês passado pressionou menos o bolso do cidadão. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a subida generalizada de preços reduziu em Setembro para 4,63 por cento, comparativamente a igual período do ano passado.

De acordo com o Banco de Moçambique, a redução da inflação, pelo sexto mês consecutivo, traduz o comportamento favorável dos preços, com destaque para os preços dos produtos alimentares e combustíveis.

Já o INE explica que as divisões de bens e serviços e de educação foram as que tiveram maior subida de preços durante o mês de Setembro último, se comparado com a igual período de 2022, ao variarem com 17,60% e 14,12%, respectivamente.

Os dados recolhidos em Setembro último, nas cidades de Maputo, Beira, Nampula, Quelimane, Tete, Chimoio, Xai-Xai e província de Inhambane, mostram que todos os locais registaram uma subida do nível geral de preços face a igual período de 2022.

De acordo com o índice de Preços no Consumidor do INE, a cidade de Tete teve a maior subida do nível geral de preços com cerca de 8,61%, seguida da cidade de Quelimane com 7,01%, da província de Inhambane com 5,51%.

Estiveram ainda em destaque, no que diz respeito à subida generalizada de preços, as cidades Maputo com 4,43%, de Nampula com 4,02%, de Xai-Xai com 3,20%, de Chimoio com 3,17% e da Beira com 2,35%, mostram os dados do INE.

Embora no geral os preços tenham reduzido, as bebidas não alcoólicas, isoladamente, viram o seu custo agravar-se durante o mês passado na ordem de 11,72%, comparativamente a igual período do ano passado. Já as bebidas alcoólicas, no geral, ficaram 12% mais caras no mês passado face ao ano de 2022.

Já o preço da roupa teve uma ligeira queda de 0,35% em Setembro último face a igual período do ano passado, assim como o preço dos serviços para doentes não hospitalizados, que, segundo o INE, reduziram na ordem de 12,81%.

Comparativamente ao mês de Agosto, em termos de produto, o INE destaca o aumento de preços do milho em grão (9,2%), do peixe fresco (1,25%), do arroz em grão (1,4%), de cervejas para o consumo fora de casa (1,0%), do peixe seco (2,3%), do carapau (0,9%) e de motorizadas (2,0%).

Contrariamente, os preços de alguns produtos, como o tomate (3,6%), a alface (3,2%), o óleo alimentar (0,6%), o repolho (9,9%), a cebola (1,4%), a farinha de milho (0,5%) e a farinha de mandioca (1,4%), caíram em Setembro face a Agosto.

Segundo o INE, em Agosto de 2023, a inflação anual desacelerou, favorecida pela redução dos preços dos bens alimentares, ou seja, a subida generalizada do nível geral de preços passou de 5,67 % em Julho para 4,93 % em Agosto.

Segundo o Banco de Moçambique, as perspectivas dos próximos 12 meses apontam para uma ligeira aceleração da inflação, tendo em conta o fim da época fresca, o agravamento das tarifas na portagem da Moamba e o aumento dos preços de combustíveis e de produtos alimentares na África do Sul.
“Contudo, prevalecem como riscos a estas perspectivas as incertezas quanto (i) ao ajustamento dos preços de combustíveis a nível doméstico e (ii) e a magnitude dos efeitos e impacto do fenómeno El Niño”, aponta o regulador do sistema financeiro.

Diante da situação, de acordo com o banco central, os agentes económicos reviram em baixa as suas perspectivas de inflação para o fecho do ano.
“Em Setembro de 2023, as expectativas dos agentes económicos indicam que, em Dezembro de 2023, a inflação anual poderá situar-se em 5,88%, depois de 6,39%, revelado no inquérito precedente”, indica o último relatório de Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação do Banco de Moçambique.

Para os próximos três anos, as perspectivas de inflação prevalecem abaixo de 10%, a reflectir o impacto das medidas de política monetária, a estabilidade cambial e a tendência de arrefecimento da pressão inflacionária a nível global.
“Entretanto, os riscos subjacentes às projecções de inflação agravaram-se, com destaque para as perspectivas de aumento do preço do brent no mercado internacional e as incertezas quanto ao impacto dos eventos climáticos extremos”, alertou, recentemente, o Banco de Moçambique.

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