O Presidente da República, Filipe Nyusi, felicitou, hoje, a Lazarus Chakwera, Presidente da República do Malawi e Presidente em Exercício da SADC pelo seu posicionamento face à imposição de restrições de viagens, por alguns países, aos países da África Austral em virtude da descoberta de uma nova variante do Coronavírus.
Através de uma mensagem enviada ao Presidente, Lazarus Chakwera diz que embora haja reconhecimento do princípio legítimo de cada país minimizar o risco de importação de novas variantes da COVID-19, a SADC condena a reacção instintiva que se seguiu à descoberta inovadora da nova variante pela África do Sul.
“Sabe-se agora que a nova variante já estava presente em vários países ocidentais antes de ser descoberta pela África do Sul, nomeadamente nos Países Baixos, que não foram objecto de qualquer proibição de viagens. No entanto, nem mesmo países da África Austral que não notificaram um único caso da variante, como Eswatini, Lesoto, Namíbia, Malawi e Moçambique, foram acrescidos à lista vermelha de viagens internacionais”, diz a mensagem do Presidente da SADC.
Ainda na sua mensagem, Chakwera reitera que as proibições de viagem à região da África austral são uma demonstração de falta de solidariedade global e vai em contradição com o Regulamento Sanitário Internacional (2005), que obriga os países a partilhar informações sobre doenças de grande preocupação de saúde pública, de forma atempada.
“Felicito, em particular, os cientistas da República da África do Sul pela celeridade com que notificaram a Organização Mundial da Saúde da nova variante. Os cientistas de todo o mundo concordam que a proibição de viagens não terá qualquer impacto na redução da propagação da nova variante. Pelo contrário, os resultados imediatos desta acção são muito claros, estão a prejudicar um sector turístico já de si frágil, reduzindo o transporte de bens essenciais, incluindo as tão necessárias vacinas e kits de teste para a COVID-19, e acelerando a contracção das economias da região como um todo”, alude ainda a mensagem.
O Presidente em Exercício da SADC lamenta, ainda, que as medidas tomadas, tenham sido impostas sem qualquer referência a provas científicas e sejam claramente discriminatórias e injustas para os cidadãos da região, acrescentando que as mesmas encorajarão os cépticos em relação às vacinas contra a COVID-19 e afectarão gravemente a aceitação de vacinas não só na África Austral, como também no continente e fora dele.
O líder termina dizendo que “estamos inteiramente solidários com os povos do Botswana, Eswatini, Lesoto, Malawi, Moçambique, Namíbia, África do Sul e do Zimbabwe, e comprometemo-nos a prosseguir o apoio aos seus esforços de enfrentar todos os desafios causados por esta pandemia, colocar os seus países de novo na trajectória da recuperação económica e reconstruir melhor como uma região”.