O Presidente da República discutiu, nesta quinta-feira, com a japonesa Mitsui possibilidades de investimento no Corredor de Nacala, para melhor posicioná-lo como via de escoamento de mercadorias. O grupo empresarial japonês informou Daniel Chapo de que quer a retoma do projecto de gás na área 01 da Bacia do Rovuma, mas tudo está dependente da TotalEnergies, líder do consórcio. Chapo reuniu-se ainda, à margem da Cimeira da TICAD, com parlamentares japoneses, com o UNICEF e com o Banco Mundial
A Mitsui detém 20% do projecto de Gás Natural Liquefeito da Área 1 e tem investimentos na Central Térmica de Maputo, Corredor de Nacala e na barragem de Mpanda Nkuwa.
Em audiência com o considerado braço económico japonês no mundo, o Presidente da República, Daniel Chapo, discutiu possibilidades de investimento no Corredor de Nacala, com vista a fortalecer a sua função logística e económica.
“O Governo sabe muito bem que o Corredor de Nacala ainda carece de investimentos, o Corredor de Nacala pode ir até os países do Interland, estou a falar do Malawi, pode ir até à Zâmbia, pode ir até o Sul do Congo, e achamos que é uma zona com minerais críticos que podem ser escoados a partir do Corredor de Nacala. Estando a Mitsui a investir no Corredor Logístico de Nacala, achamos que era importante falar desta nossa visão”, disse Daniel Chapo.
A empresa manifestou interesse na retoma do projecto de gás na Bacia do Rovuma, mas sublinhou que a decisão depende da Total, líder do consórcio. Ainda assim, Daniel Chapo diz que é um assunto que a qualquer momento pode ser retomado.
“A Mitsui está interessada, tal como o Governo do Moçambique também está interessado, mas a decisão final é do líder do projecto, e neste caso quem está a liderar o projecto é a Total, e foi neste sentido que nós conversámos com a Mitsui, mas a Mitsui é, portanto, um dos accionistas, com cerca de 20% no projecto da área 1, e está interessada em que o projecto, a qualquer altura, possa ser retomado, como o Governo do Moçambique também está interessado”, explicou o Chefe do Estado.
Por seu turno, a directora-executiva da Mitsui, Kenechi Hori, disse que o encontro permitiu discutir projectos em curso e visão futura sobre investimentos em Moçambique.
“Foi um encontro muito produtivo. Admirámos muito a liderança do Presidente Chapo e discutimos sobre projectos em curso, uma discussão muito produtiva. Também discutimos fortemente sobre a visão de Moçambique acerca de investimentos futuros”, disse Kenichi Hori, CEO da Mitsui.
CHAPO REÚNE-SE COM PARLAMENTARES JAPONESES E COM O UNICEF
Ainda à margem da Cimeira da TICAD, no Japão, Daniel Chapo e a sua comitiva reuniram-se com a Liga Parlamentar de Amizade Japão–Moçambique, num encontro em que agradeceu o apoio japonês ao desenvolvimento do país, em particular “no combate ao terrorismo e assistência humanitária às vítimas deste flagelo no Norte do nosso país, em Cabo Delgado”.
Houve também audiência com a directora-executiva do UNICEF, numa altura em que 3,4 milhões de crianças moçambicanas necessitam de protecção e assistência humanitária.
A directora-geral do UNICEF, Catherine Russell, disse que foi um encontro produtivo, onde se discutiu sobre a situação das crianças em Moçambique.
“Falámos sobre os problemas que as crianças estão a enfrentar no país. Acordámos trabalhar juntos como UNICEF e o Governo de Moçambique em garantir cuidados de saúde e educação, para prover o melhor futuro possível para as crianças. Foi um encontro muito produtivo e construtivo, que apreciei muito”, afirmou Catherine Russell, directora-geral do UNICEF.
O Presidente da República, Daniel Chapo, sentou-se igualmente à mesa com o Banco Mundial, um dos maiores financiadores multilaterais do desenvolvimento. Um encontro que, segundo o director internacional do IFC, serviu para passar em revista projectos do presente e perspectivas futuras.
“Foi uma oportunidade de discutir o sector da energia, do sector da agricultura e do turismo também. Todos os sectores foram muito importantes para a criação de empregos, um dos desafio para todos os países, particularmente na África”, destacou Makhtar Diop.
Após a conversa, foi anunciado que uma missão do Banco Mundial irá a Moçambique estabelecer conversações concretas sobre os projectos em carteira.