O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou, esta terça-feira, que irá antecipar o Natal para 1 de Outubro como agradecimento ao povo lutador. A medida surge no meio de uma crise política provocada pelas eleições presidenciais do dia 28 de Julho.
“Estamos em Setembro e já cheira a Natal. Como agradecimento ao povo lutador, vou antecipar o Natal para 1 de Outubro por decreto”, disse Maduro numa intervenção na televisão venezuelana.
Maduro, no poder há 11 anos, prometeu ainda a todos os venezuelanos um Natal de paz, felicidade e segurança.
Esta não é a primeira vez que o Presidente venezuelano recorre a esta medida invulgar, segundo recorda o jornal The Guardian. Fê-lo em 2020, em plena pandemia de COVID-19, quando decidiu antecipar o natal para 15 de Outubro e, no ano seguinte, para 4 de Outubro.
A Venezuela realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de Julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um “ciberataque” de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.