O Presidente da República iniciou na última sexta-feira, visitas presidenciais às províncias, mas com o novo figurino em relação ao que habitualmente é feito, imposto pela necessidade de evitar a exposição ao risco de contágio pela COVID-19 de todos que participam nesses eventos
A província de Inhambane foi a primeira a receber a visita que passa a não incluir comícios populares, mas substituídos por declaração feita através da imprensa para toda a população da província.
As inaugurações e visitas a empreendimentos não levam mais de 30 minutos e não há espaço para o Chefe de Estado cumprimentar os beneficiários ou interessados. E passa a haver duas sessões extraordinárias das autoridades locais. Uma com o Conselho Executivo Provincial e a outra com o Conselho dos Serviços de Representação do Estado. No final faz-se o balanço com os dois órgãos numa reunião única.
Recorde-se que este é o primeiro ano da implementação dos órgãos descentralizados do Estado em que a província passou a ter uma direcção bicéfala. E na reunião com o Conselho dos Serviços de Representação do Estado disse que no dia anterior havia reunido com os Governadores e os Secretários de Estado Provinciais mesmo para preparar as visitas às províncias e no encontro ficou a promessa de se iniciar a revisão dos decretos que criam os dois órgãos com o objectivo de corrigir situações de sobreposição de funções, por isso disse que a dada altura haverá competências que actualmente são da alçado do Governador de Província que deverão passar para o Secretário de Estado Provincial e vice-versa.
Pediu aos titulares dos órgãos descentralizados para se empenharem e serem criativos na solução dos problemas que poderão lhes surgir pela frente e mesmo para garantir que a descentralização em curso seja um sucesso. Exigiu que os administradores distritais também sejam pessoas que procurem soluções “fora da caixa” mas sem necessariamente atropelar as regras estabelecidas pelo seu funcionamento.
Em cada uma das duas reuniões pediu aos directores dos serviços provinciais para se apresentarem e no final fez questões para alguns deles relacionadas com a sua área de actuação e sobretudo sobre os desafios que se colocam.
Em Inhambane o Presidente da República inaugurou a Estrada Homoíne-Panda com extensão de 49 quilómetros e 1,6 quilómetros das ruas da vila de Homoíne, no total foram quatro ruas asfaltadas. O governo investiu 373,5 milhões de meticais nos últimos três anos para asfaltar aquela rodovia. A mesma faz parte de um projecto que visa criar alternativa à Estrada Nacional Número Um desde a localidade de Chissano em Gaza, passando por Chibuto, Malehice, Manjacaze, Macuácua, Mawahela, Panda até Maxixe, passando por Homoíne.
Neste momento, faltam 90 km por asfaltar que ligam Panda, Mawahela e Macuácua, algo que poderá acontecer futuramente. Sobre a Estrada Filipe Nyusi deixou um apelo à Administração Nacional de Estradas para garantir a manutenção de rotina daquela via para que ela possa continuar a servir os interesses dos residentes daquela província por muitos anos.
À população de Inhambane, Filipe Nyusi pediu para que usasse a Estrada para aumentar a produção de diversas culturas agrícolas com destaque para a mandioca, milho, citrinos, coco, entre outros que agora têm a rodovia para fazer o escoamento sem muitas dificuldades. O objectivo é que a Estrada possa gerar ganhos que possam amortizar o investimento feito pelo Estado.
Por outro lado pediu aos automobilistas para serem prudentes e não tornar aquela Estrada um corredor de morte. Até porque a Estrada veio a reduzir o tempo de viagem entre Homoíne e Panda de mais de 2 horas para até 40 minutos e portanto, pediu aos condutores de viaturas para não quererem chegar em menos tempo porque isso vai causar mortes.
O Chefe de Estado foi ainda ao distrito de Inharrime inaugurar o edifício do Tribunal Judicial. Disse que tal enquadrava-se nos esforços do governo de melhorar as condições de trabalho e de residência dos magistrados, bem como reduzir a distância que as pessoas percorriam para ter acesso às instituições de justiça.
Foi inaugurar o Hotel Escola Eduardo Mondlane. Uma instituição que tem em vista ministrar aulas práticas de gestão hoteleira. Disse na ocasião que a mesma vai servir para melhorar a qualidade de serviços das instâncias turísticas ao nível nacional. Aproveitou para exigir os seus gestores para que cuidem muito bem daquelas instalações que são modernas e bem organizadas e espera não voltar para além e encontrar tudo destruído e encardido.
PR CHUMBA OBRAS DO INSTITUTO INDUSTRIAL E COMERCIAL EDUARDO MONDLANE
Devia igualmente ter reinaugurado o Instituto Industrial e Comercial Eduardo Mondlane, que beneficiou de obras de reabilitação e requalificação, mas não o fez porque o procedimento não abrangeu todas as instalações do instituto com especial enfoque para as casas de banho não estiveram incluídas no pacote alvo da reabilitação. Filipe Nyusi diz que não podia reinaugurar o instituto naquelas condições, pelo que exigiu que fosse todo ele reabilitado.
No entanto, disse ter ficado muito satisfeito com a parte que realmente foi reabilitada e requalificada, os novos equipamentos instalados são de grande qualidade que até superam os que existem até em algumas universidades nacionais. Pediu que se aperfeiçoasse a formação de instrutores para que não se entregue aquela maquinaria a curiosos que só irão estragar e até provocarem acidentes de trabalho.
Por outro lado exigiu que o instituto prestasse serviços ao mercado para conseguir ganhar dinheiro que deverá ser utilizado para a sua manutenção e dos equipamentos de modo a prolongar a vida dos mesmos.
COMBATE AOS ATAQUES ARMADOS
Filipe Nyusi na comunicação que fez à população de Inhambane fez o ponto de situação do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos Homens Armados da Renamo, sabendo que nos distritos de Funhalouro e Mabote há bases da Renamo. Disse que neste momento já foram desmobilizados mais de 500 homens armados e que o processo corre a ritmo normal.
Pediu à população para receber os desmobilizados sem ressentimentos e pediu à população para manter-se vigilante para evitar que o país possa viver continuamente em espiral de violência armada.
Falou dos ataques em Cabo Delgado onde pediu a população para sempre denunciar situações que incubem malfeitores e ou terroristas que colocam em causa a soberania do Estado moçambicano.
Por outro lado pediu que todos reconhecessem o papel heroico das Forças de Defesa e Segurança.
Recordou que há jovens que vivem há meses em trincheiras e a lutar fervorosamente para que os outros moçambicanos possam continuar a trabalhar e a viver tranquilamente nas cidades e vilas. Mas do que criticar é necessário reconhecer o papel heroico desses jovens, apelou Filipe Nyusi.