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Porta-voz do MINEDH limita jornalistas na conferência de imprensa

Foto: O País

O porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) considera que os jornalistas devem ser éticos. Por isso, não devem levar questões à conferência de imprensa do seu ministério. Feliciano Mahalambe falava num evento da instituição, esta segunda-feira, na Cidade de Maputo, no qual garantiu estar tudo preparado para o arranque do ano lectivo no próximo dia 31.

Jornalistas de diversos órgãos de comunicação foram convidados a participar, esta segunda-feira, de uma conferência de imprensa do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano. Chegada a hora, o porta-voz da instituição pública, Feliciano Mahalambe, sem antes ser questionado sobre alguma coisa, determinou: “Vocês, jornalistas, sejam éticos, o problema é que cada um quer ensinar Pai-Nosso ao padre, não é assim. A conferência de imprensa é nossa, nós convidámos-vos, não devem trazer vossas coisas”.

Mesmo assim, o evento teve lugar e o porta-voz respondeu a uma parte das questões colocadas.

Uma vez que o ano lectivo 2023 é marcado pela implementação da nova Lei do Sistema Nacional de Educação, o porta-voz revelou que há, no país, 1700 escolas primárias que vão acolher os alunos da sétima classe, que passam para o ensino secundário.

Sobre os erros em alguns livros de distribuição gratuita, o Ministério da Educação diz que já foram todos corrigidos e que, até ao fim deste mês, todas as classes terão os manuais.

“O trabalho para a correcção dos livros foi realizado por alguns professores das escolas secundárias, primárias e envolveu, também, professores de algumas universidades, em especial, a Universidade Eduardo Mondlane”, revelou.

Em relação às cobranças das taxas para pagar aos guardas nas escolas, o MINEDH distancia-se do acto e atira a responsabilidade aos conselhos das escolas.

“Este assunto não faz parte das taxas de matrículas. Esses pagamentos só podem acontecer depois da decisão em sede dos conselhos das escolas. Não se trata de nenhuma taxa obrigatória.”

Uma vez que as escolas secundárias estão em número reduzido, prevê-se matricular pouco mais de 430 mil alunos no ensino à distância –  um aumento de cerca de 16% face ao ano passado.

 

CRIANÇAS DE CABO DELGADO VOLTAM A ESTUDAR ESTE ANO

De acordo com Feliciano Mahalambe, cerca de 200 escolas estavam paralisadas na província de Cabo Delgado, no entanto, neste momento, todas estão reabertas e os alunos voltaram a fazer matrículas. “Acreditamos que vão iniciar o ano tranquilamente, melhoraram as suas condições de segurança”, disse.

Já que os alunos não realizaram os exames do ano passado, o Ministério da Educação diz que administrou, recentemente, um exame especial.

São ao todo 767 alunos da 7ª classe e 1103 alunos da 6ª classe. Para os que, eventualmente, faltaram, poderão realizar exames entre os dias 24 e 26 de Janeiro.

 

“REPROVAÇÕES EM MASSA NA 10ª CLASSE NÃO INFLUENCIARAM RESULTADOS GERAIS”

Sabe-se que quase metade dos alunos reprovou nos exames da 10ª classe, na Cidade de Maputo, e, a nível da província, cerca de 30 por cento dos examinados não conseguiram passar nas provas. Em entrevista ao “O País”, alguns gestores escolares e direcções de educação apontaram para a fraca aprendizagem  durante a COVID-19 como uma das causas das reprovações massivas.

O balanço do Ministério da Educação prova o contrário e revela que o aproveitamento em todo o país é positivo e está acima de 70%. “Estamos ainda a fazer levantamento de algumas regiões onde há menos de 50%, mas são casos que não influenciaram nos resultados gerais.”

Para este ano, o Ministério da Educação prevê, ainda, a contratação de mais de cinco mil professores. “Estávamos a prever contratar mais de 12 mil professores para este ano, mas, tendo em conta as questões orçamentais, só vamos contratar pouco acima de cinco mil professores, destes mais de três mil vão para o ensino primário e o restante vai para o ensino secundário.”

As salas de aula também vão aumentar. Segundo o sector da educação, serão construídas 30 escolas novas e, aproximadamente, 300 novas salas de aula.

No que toca aos novos ingressos, a meta prevista era matricular mais de um milhão de crianças da 1ª classe. A meta não foi atingida porque alguns distritos ainda estão a decorrer com os processos. “Este ano, vamos ter, no sistema de educação geral, muito próximo de 10ª milhões de crianças da primeira à 12ª classe.”

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