A população colocou barricadas na estrada e paralisou os trabalhos nas areias pesadas de Chibuto. Em causa está o alegado incumprimento de pagamento de compensações por perda de terras. Há um detido. O secretário de Estado de Gaza já reagiu ao assunto.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) voltou a disparar gás lacrimogéneo na zona de Mudumeia, no distrito de Chibuto, para dispersar populares, que bloquearam desde a madrugada desta terça-feira o acesso à mineradora Dingsheng Minerais.
“Bloqueamos lá, na empresa, para não sair, levar as pessoas que trabalham. Veio a polícia, quando chegaram aqui, nos agrediram, disseram que vocês têm que saírem daqui. Não saímos, ficamos, e eles começaram a Balear”, disse um dos grevistas.
É a terceira vez em menos de um mês que residentes protestam devido ao não pagamento de compensações por perda de terras há nove anos.
“O que queremos é que nós paguem o nosso valor”, frisou outro residente de Mudumeia. Acrescentando que “Nós não vamos dizer que eles levaram, vamos dizer que roubaram. Queremos o nosso dinheiro e emprego”.
O porta-voz da Polícia da República de Moçambique em Gaza, Júlio Nhamussua, explicou que a população agiu com violência, impedindo a entrada de trabalhadores, bem como na paralisação das operações de produção na área mineira. Júlio Nhamussua fala da detenção de um suposto líder do grupo.
“Por criar barricadas nas estradas, isso que já vem a comprometer aquilo que é o direito dos outros . Foi detido um indivíduo que foi tido como cabecilha, um dos agitadores, que agitava as massas para poderem tomar atitudes agressivas. E quando isso acontece, nós como polícia tomamos aquelas que são as medidas de polícia que é detê-lo para poder persuadir os outros a não enveredar por aquele caminho”.
O grupo, entretanto, alerta que só vai aliviar as vias com uma solução definitiva do problema.
E, face às greves cada vez mais recorrentes, o secretário de Estado de Gaza reuniu nesta quarta-feira com o governo do distrito de Chibuto e gestores da empresa de capitais chineses e há decisões.
“Devessem dar 15 milhões de dólares para serem utilizados em um período de 10 anos. A Dinsheng se responsabilizou em preparar os termos de referência do que pode fazer. E eu pessoalmente hei de pôr a mão para controlar a aplicação deste dinheiro para evitar que haja alguém que venha fazer aproveitamento desse dinheiro. Mas a verdade é que houve algum deslize nos procedimentos para arrastar este problema até este momento.
Mais do que compensar as comunidades, Jaime Neto exige que a empresa Chinesa tire do papel todas promessas feita às comunidades a partir dos primeiros meses de 2026.
“Construir escola, hospital, começar por ações de curto e médio prazo, para deixar a empresa trabalhar e cumprir com os objectivos da instalação da sua empresa”, afirmou.
Os acordos para materialização destes projectos de desenvolvimento local em Chibuto serão assinados em Dezembro próximo.

