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População de Molumbo pede protecção de civis em Cabo Delgado

A população do distrito de Molumbo, província da Zambézia, apelou esta quarta-feira ao Presidente da República para tomar medidas enérgicas com vista a proteger a população de Cabo Delgado dos ataques de grupos armados que actuam naquela região do país. O apelo foi expresso numa mensagem apresentada durante um comício popular na sede daquele distrito.

“A população do distrito de Molumbo está preocupada com os ataques a civis na província de Cabo Delgado. Pedimos que o governo tome medidas enérgicas para proteger os civis, no quadro da manutenção da paz e estabilidade do país”, refere a mensagem apresentada ao Chefe de Estado.

Da mensagem, constam ainda pedidos para o distrito de Molumbo, nomeadamente, mais infra-estruturas sociais e económicas, bem como medidas para fazer face ao desemprego e à exploração que sofre dos comerciantes malawianos na comercialização dos produtos locais.

Filipe Nyusi prometeu que o Governo vai providenciar parte dos serviços pedidos, nomeadamente o alargamento das redes de electrificação, escolar e sanitária, bem como no que concerne a infra-estruturas rodoviárias.

Sobre a questão da protecção de civis na província de Cabo Delgado face aos ataques de grupos armados que operam na região, desde Outubro do ano passado, Filipe Nyusi passou ao lado e não fez qualquer comentário. Refira-se que desde que eclodiu a onda de instabilidade na província de Cabo Delgado, Filipe Nyusi ainda não fez qualquer pronunciamento a respeito.

Há cerca de duas semanas, recorde-se, o Governo criou uma força de intervenção específica para operações de protecção de civis e caça aos malfeitores que actuam naquela província. Ainda assim, a situação da instabilidade prevalece.

Não ao crime

No mesmo comício, o Presidente da República disse que a juventude não precisa de recorrer ao crime ou à prostituição alegando falta de emprego. “Não ter emprego não significa necessariamente tornar-se prostituta ou matar para conseguir ter dinheiro”, exortou. Nyusi respondia assim uma jovem que foi à tribuna queixar-se da falta de emprego, o que, segundo ela, está a levar muitos jovens a prostituírem-se e outros a matarem até os seus próprios pais, com recurso a catanas, para poderem ter dinheiro.

“Esse pai que é morto também não tem emprego. Ele trabalha na machamba, produz soja, tabaco e outras culturas para vender. Esse pai não merece ser morto por alguém que quer dinheiro e não quer trabalhar”, disse o Presidente, visivelmente irritado. E explicou que a mensagem pesou muito porque nunca tinha ouvido que em Molumbo proliferam prostitutas por falta de emprego.

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