A Central Hidroelétrica de Chicamba, em Manica, reduziu a sua capacidade de produção de energia de 44 para 20 Megawatts devido à poluição da sua barragem. O sector agrícola está também a ser afectado.
Operacional desde a década de 1960, a Barragem de Chicamba foi construída com o objectivo de produzir energia eléctrica. Nela, está uma das principais centrais hidroeléctricas, que abastece parte das províncias de Manica e Sofala.
O empreendimento não escapou da onda de poluição de rios, que se tem assistido nos últimos tempos, na província de Manica. Devido à situação, a capacidade de produção de energia da hidroeléctrica reduziu drasticamente.
A situação já está a afectar negativamente o fornecimento de energia eléctrica. Diante do problema, a Eletricidade de Moçambique vê-se obrigada a fazer manutenção das turbinas semanalmente, o que tem culminado com restrições no fornecimento de energia.
Na lista dos afectados não está apenas a Electricidade de Moçambique e seus clientes. O fornecimento de água está também condicionado. A Administração de Águas da Região Centro revela que a oferta reduziu pela metade.
Essa redução começou quando os mineradores decidiram ser mais ousados: recorreram ao uso de dragas para a lavagem de ouro extraído das minas.
De acordo com a Ara Centro, a saída é mesmo suspender a actividade mineira. Mesmo estando aparentemente suja, o FIPAG diz que a água ainda serve para o consumo, pois é purificada com produtos químicos.
A entidade que gere o património de abastecimento de água nega ainda que o consumo da água por si fornecida não seja recomendado por conter mercúrio.
Os estragos ambientais provocados pela extração de ouro tiveram também impactos negativos em empresas que usam a água dos rios para rega das suas plantações.
Os crimes ambientais são cometidos tanto por empresas como por operadores artesanais. Enquanto as firmas recorrem até às dragas nas suas plantas de processamento, os artesanais têm pequenas indústrias.
O Secretário de Estado de Manica visitou algumas empresas mineiras, mas não conseguiu colher informação devido à barreira linguística com os chineses.
Lourenço Lindonde, orientou neste sábado uma reunião com representantes de empresas mineradoras, na qual todas elas negaram estar a poluir o ambiente. Lindonde disse que é tempo de o Estado agir pois, os danos causados pela mineração são maiores.
Por isso, a decisão foi mesmo de paralisar as actividades mineiras.