A Polónia diz estar disponível para acolher armas nucleares americanas face à guerra entre a Ucrânia e a Rússia.
“Faria sentido ampliar a presença nuclear no flanco leste [da NATO – Organização do Tratado Atlântico Norte]”, afirmou o vice-primeiro ministro polaco, Jaroslaw Kaczynski, citado pelo Notícias ao Minuto.
Jaroslaw Kaczynski propôs também aumentar a presença das tropas americanas na Europa, de 100.000 para 150.000 efectivos, metade dos quais deveria estar mobilizada de forma permanente nos países do leste da Europa, nas fronteiras com a Rússia.
“Os soldados da potência nuclear americana são o factor mais forte na hora de prevenir que a Rússia ataque os países da NATO e aquele que nos proporciona uma maior segurança”, explicou.
O governante falou, também, da criação, no país, de um grande centro operativo da NATO, a partir do qual se possam planificar e dirigir missões. “Seria um claro sinal a Moscovo, que significaria que a liderança da NATO estaria também presente no leste”, notou.
De acordo com o Notícias ao Minuto, Kaczynski mostrou-se “muito insatisfeito” face à posição da Alemanha em relação à Rússia, nomeadamente com um embargo ao petróleo russo.
O político ultraconservador, considerado pelos analistas como o verdadeiro líder político da Polónia, explicou que as importações do gás russo são mais difíceis de substituir, mas, no caso do petróleo, tal seria possível.
“Durante anos, o Governo alemão não quis ver o que a Rússia faz a mando de Putin”, acusou o responsável político, referindo que não era difícil prever o que iria acontecer.
Já antes da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, em 2017, Jaroslaw Kaczynski defendia a ideia de uma Europa como potência nuclear.
Também em 2020, a embaixadora americana em Varsóvia sugeriu a relocalização de armas nucleares americanas que estão na Alemanha para a Polónia, com analistas a considerarem que tal seria um erro, não apenas pelos custos, mas por essas armas ficarem mais vulneráveis a ataques preventivos.