Os médicos grevistas foram impedidos, hoje, pela Polícia de realizar uma feira de saúde na Cidade de Maputo. Em causa, está uma alegada falta de autorização. Os profissionais foram ainda obrigados a retirar camisetas contendo mensagem sobre a greve.
Embora digam estar a prestar apenas serviços mínimos nos hospitais, devido à sua greve, os médicos decidiram realizar, esta terça-feira, uma feira de saúde.
O campo municipal do Zimpeto foi o local escolhido para prestarem serviços gratuitos aos cidadãos, uma actividade que até iniciou, mas decorreu por pouco tempo.
Uma força conjunta da PRM e Polícia Municipal de Maputo forçou os médicos grevistas a deixarem o local por alegada falta de autorização das autoridades.
Os médicos trajavam camisetas contendo a seguinte mensagem: “Estou em greve pela melhoria do Serviço Nacional de Saúde, prestando serviços mínimos”. Os médicos foram obrigados a tirá-las.
Cidadãos que já estavam a ser atendidos também tiveram de abandonar o local.
É o caso de Luís Bernardo que deixou de fazer a doação de sangue. “Cheguei aqui, comecei por fazer alguns exames e já queria doar sangue, mas não consegui porque a Polícia interrompeu”, disse um dos visitantes da feira.
Revoltada, a Associação Médica de Moçambique referiu que o impedimento é pouco claro, porque diz ter tido a autorização da vereação municipal de Saúde.
“O facto é que nós, na semana passada, já tínhamos submetido um pedido junto da vereação de saúde da Cidade de Maputo para podermos realizar esta actividade e tivemos a devida autorização. Aliás, foi mesmo por instruções da vereação de saúde do Conselho Municipal que o próprio município nos cedeu algum material. Infelizmente, há aqui uma dissonância entre a vereação que gere o sector de saúde e outros níveis, que não sabemos quais são”, disse Napoleão Viola, porta-voz da Associação dos Médicos de Moçambique.