Houve agitação nas celebrações do dia 04 de Outubro em Quelimane, província da Zambézia. A Polícia teve de intervir para evitar confronto directo entre partidos políticos. Dário Cossa e Jorge Marcos desenvolvem a notícia.
Tudo parecia correr normal, afinal o país celebra 31 anos do Acordo Gera de paz.
Em Quelimane, houve duas cerimônias distintas alusivas à data.
O edil de Quelimane depositou uma coroa de flores na praça da paz, evento que contou com a presença de membros da Renamo, munícipes e líderes religiosos.
Em paralelo, decorria a cerimónia da deposição da coroa de flores na praça dos heróis, evento organizado pelo Governo provincial.
Quando começou a cerimônia , a cadeira reservada ao edil de Quelimane estava vazia.
Os membros da Frelimo e MDM já estavam a ostentar os seus símbolos partidários. Quase 40 minutos depois do início da cerimônia, o edil de Quelimane chegou à praça dos heróis.
Na tentativa de impedir a sua entrada, Manuel de Araújo disse que a Polícia não tinha mandado para o impedir, até porque, segundo ele, era convidado da cerimónia.
De Araújo conseguiu passar até ao pódio para ocupar o seu assento, o que criou agitação dos membros e simpatizantes da Renamo.
A Polícia fez uma barreira para evitar confronto directo entre os membros de partidos políticos e os dirigentes a fazerem apelos para a paz.
“A paz não é só ausência das armas. A paz é, também, amor e entendimento entre nós”, disse Pio Matos, governador da província de Zambézia.
A secretária de Estado na província da Zambézia juntou-se aos apelos. “Devemos, como moçambicanos, cultivar o espírito de diálogo entre nós e com a sociedade civil”, sublinhou Cristina Mafume, secretária de Estado na província da Zambézia.
Terminada a cerimônia, os partidos Frelimo e Renamo seguiam na mesma direcção. A Polícia teve que intervir para evitar o confronto directo entre as formações políticas.
Entretanto, a intervenção do edil de Quelimane na lista ajudou os membros e simpatizantes da Renamo a tomarem outro rumo.
Logo a seguir, Manuel de Araújo comentou sobre o que houve na praça dos heróis.
“A Polícia quis me barrar, mas não tinha mandado para tal. Eu fui convidado pela secretária de Estado para fazer parte da cerimônia e levei o meu povo comigo”, explicou Manuel de Araújo.
Depois de tudo, os partidos políticos marcharam pelas artérias da cidade e a polícia posicionou-se em alguns pontos, para evitar o cruzamento das caravanas.
As mulheres religiosas que se fizeram à cerimônia, abandonaram o local logo depois da deposição da coroa de flores.