O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, dirigiu na ontem a cerimónia de divulgação do Plano de Reconstrução de Cabo Delgado dirigido às zonas afectadas pelos ataques terroristas.
Entretanto, o Governo ainda não tem fundos suficientes para a reconstrução de Cabo Delgado, mas pretende acelerar a implementação do plano recentemente aprovado, de modo a garantir o rápido regresso dos milhares de deslocados e para que a vida socioeconómica da província volte à normalidade. A vontade foi manifestada na cidade de Pemba, pelo Primeiro-Ministro.
“O plano de recuperação de Cabo Delgado, avaliado em cerca de USD 300 milhões, prevê acções de curto e médio prazo. As de curto prazo são de emergência, e devem ser realizadas dentro de um ano, e outras acções devem ser realizadas até seis meses, porque a população está com vontade de voltar as suas origens, e para que isso aconteça, temos de criar rapidamente algumas condições básicas como estradas, água, saúde, energia eléctrica, telecomunicações e outros, que permitam uma vida condigna”, disse Do Rosário.
Entretanto, enquanto continua a mobilização de fundos para reconstrução de Cabo Delgado, o Primeiro-Ministro apelou ao Governo da província para redobrar esforços, para garantir o cumprimento do Plano Quinquenal concebido para 2020 – 2024.
“Este plano não substitui o Plano Economico e Social da província, nem mesmo o trabalho que Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN) está a realizar na reconstrução e desenvolvimento da província, nem o Instituto Nacional de Gestão de Riscos e Desastres (INGD), para assistência humanitária às populações. É uma acção que complementa todos os exercícios que estão em curso”, salientou Carlos Agostinho do Rosário.
Já na nesta quinta-feira, Carlos Agostinho do Rosário reuniu-se com os integrantes do Fórum de Reconstrução de Cabo Delgado, evento que contou com a participação de membros dos Conselhos de Representação do Estado e Executivo da Província; Governos distritais; parceiros de cooperação; representantes das agências das Nações Unidas e líderes religiosos.
Intervindo na ocasião, o Primeiro-Ministro disse que o Plano de Reconstrução de Cabo Delgado (2021-2024), apresentado no referido Fórum pela vice-ministra da Indústria e Comércio, Ludovina Bernardo, é um instrumento de capital importância, pois visa responder aos desafios impostos pela acção inimiga nas várias frentes sociais e económicas.
Do Rosário sublinhou, igualmente, que o Plano de Reconstrução de Cabo Delgado (2021-2024) é uma estratégia de intervenção e desenvolvimento pós-ataques terroristas, orçado em termos globais em cerca de USD 300 milhões.
PM DEFENDE REFORÇO DA VIGILÂNCIA NAS ZONAS LIBERTADAS
O regresso das vítimas do terrorismo para as zonas consideradas livres em Cabo Delgado deve ser feito de forma cautelosa de modo a evitar que membros do grupo armado voltem às aldeias e vilas, e retomar os ataques terroristas.
O alerta foi dado pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, durante a sua primeira visita à província, desde que iniciou a operação militar conjunta entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique, da República do Ruanda, e dos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
“Há muitas pessoas que estão a chegar das matas. Outras querem vir à Palma, e o Governo está a trabalhar para reconstruir o que foi destruído. Porém, isso tem que ser feito com segurança, para evitar que haja infiltrações de terroristas, porque não queremos mais mortes e destruições,” explicou Carlos Agostinho do Rosário.
Entretanto, para garantir segurança e impedir o retorno dos membros do grupo armado às zonas libertadas, o Primeiro-Ministro exigiu cautela e vigilância redobradas, especialmente por parte da população, que além do processo de reconstrução, deve, segundo ele, participar na defesa do país.
“Nós não queremos mais terrorismo, por isso pedimos para não alinharem com essas agendas de destruir, de matar crianças, velhos e mulheres, e vamos continuar vigilantes, colaborando e denunciando qualquer movimento estranho às Forcas de Defesa e Segurança, às tropas do Ruanda e da SADC, que vieram à Moçambique para ajudar ao Governo a repor a paz em Cabo Delgado”, apelou o Primeiro-Ministro.
Em Palma, o Primeiro-Ministro visitou quase todas infraestruturas do Estado que foram destruídas durante os ataques terroristas de 24 de Março último.