O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, admite dificuldades de gerir finanças públicas num cenário de défice orçamental. Do Rosário falava durante a Conferência Anual e Assembleia Geral Ordinária da Organização das Comissões de Contas Públicas da SADC, que decorre em Maputo.
Agostinho do Rosário centrou a sua intervenção no contexto actual que a economia atravessa, depois do pico da crise económico-financeira em 2015 e 2016.
Destacou a recuperação que se caracteriza pelo recuo da inflação e das taxas de câmbio, entre outros factores animadores. Mas, porque o objectivo do encontro era discutir como melhorar a gestão das contas públicas, foi inevitável citar as dificuldades que o país apresenta.
“Na gestão das finanças públicas temos ainda muitos desafios por ultrapassar, com realce para problemas estruturais caracterizados pelo facto de as receitas não cobrirem as despesas públicas”, disse.
Já a presidente da Assembleia Geral Ordinária da Organização das Comissões de Contas Públicas da SADC (SADCOPAC), Nthabiseng Khunou, manifestou preocupação com o facto de os fluxos financeiros ilícitos e a corrupção estarem na origem de um terço de todos os problemas que África enfrenta actualmente.
“Temos de lutar contra a entrada de fluxos financeiros ilícitos e contra a corrupção usando todos os instrumentos de que dispomos para promover a prestação de melhores serviços aos nossos cidadãos”, afirmou Khunou.
Esta é a segunda vez que Moçambique realiza a Conferência Anual e Assembleia Geral Ordinária da Organização das Comissões de Contas Públicas da SADC. A primeira foi há 10 anos.