As autoridades da Guiné vão processar, judicialmente, o ex-Presidente, Alpha Conde, e 26 dos seus funcionários por violência durante a sua candidatura para um controverso terceiro mandato, após uma revisão da lei para o efeito.
O ex-líder da Guiné, 84 anos, foi derrubado num golpe de Estado em Setembro, por uma junta militar que agora lidera o país da África Ocidental.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, Alpha Conde e os seus apoiantes são acusados de vários crimes, nomeadamente assassinatos, raptos, tortura e detenções ilegais.
O documento assinado pela magistratura guineense acrescenta que a violência eleitoral ordenada por Conde na Guiné, em 2020, matou pelo menos 12 pessoas na capital e 50 noutras partes do país.
A proposta de Conde de alargar o seu Governo a um terceiro mandato, após apoiar um referendo constitucional que alterou os limites de governação, provocou manifestações violentas. O ex-líder ganhou mais um mandato em Outubro de 2020 e foi deposto pelos militares em Setembro de 2021.
Embora a junta no poder tenha dito em Abril que Conde era livre de se deslocar dentro do país, as novas acusações significam que ele será mantido sob prisão domiciliária.
A ordem de processo judicial contra Conde chega quase uma semana depois de o chefe da junta militar, Coronel Mamady Doumbouya, ter dito que a transição para as eleições e o regresso a um governo civil e democrático poderia levar mais de três anos.