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Persistem a má gestão hospitalar e a falta de medicamentos nos centros de saúde

Foto: O País

Há fragilidades na administração dos hospitais no país, que se faz notar pelo mau atendimento,  chegada tardia de medicamentos ou mesmo medicamentos fora do prazo. A denúncia é da Associação Moçambicana dos Administradores Hospitalares.

O jornal O País entrevistou, esta quarta-feira, um homem cuja sua identidade não é revelada, morador de um dos bairros da Cidade de Maputo. O indivíduo denuncia mau atendimento e falta de medicamentos no Hospital Geral de Mavalane.

“Aqui, neste hospital (Geral de Mavalane), demoram a atender, os médicos que deviam atender-nos ficam a passear pelos corredores; ficamos muito tempo à espera na fila. Nem é sempre possível ter medicamentos aqui, muitas vezes compramos fora”, contou.

Esses problemas não são novos, são bem conhecidos pela sociedade moçambicana, o que pode parecer novo é que os próprios administradores de hospitais estão também a denunciar muitas fragilidades no funcionamento dos hospitais.

A presidente da Associação Moçambicana dos Administradores Hospitalares, Glédisse Dan Manjate, disse, na sua intervenção, que há muitos problemas nos hospitais públicos.

“A chegada tardia dos medicamentos, a qualidade dos próprios medicamentos, às vezes a qualidade dos equipamentos médicos cirúrgicos que nos chegam defeituosos… Há, também, situações em que temos hospitais com equipamentos de tecnologia de ponta, mas o problema é que não temos lá operadores desses aparelhos”, denunciou Glédisse Dan Manjate, presidente da Associação Moçambicana dos Administradores Hospitalares.

Desafios esses que foram também apontados e reforçados pelo director clínico do Hospital Central de Maputo, Assis da Costa: “Temos desafios na qualidade de medicamentos, precisamos de apostar na formação dos nossos profissionais, a terceirização de serviços e a remoção de lixo hospitalar”.

A sociedade civil, representada pelo Observatório Cidadão para a Saúde, exige que sejam melhoradas as condições de funcionamento dos hospitais, com alocação de mais recursos financeiros, tecnológicos e humanos.

“Se olharmos para as escolas, vemos que têm fundos, os hospitais centrais têm fundos para gerir, os hospitais distritais têm fundos, mas os centros de saúde e os postos de saúde não têm e o sector da saúde não reclama disso”, lamentou o Observatório Cidadão para a Saúde.

As denúncias foram feitas num encontro, organizado pela Associação  Moçambicana dos Administradores Hospitalares, que pretende identificar os desafios e procurar soluções, com vista a melhorar o serviço prestado ao cidadão.

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