Paulina Chiziane e a sua equipa foram agredidos na tarde de ontem, quando tentavam gravar um vídeo-clipe, nas proximidades da Igreja Divina Esperança, em Muntanhane, Marracuene.
Segundo conta a escritora, tudo aconteceu quando tentavam finalizar as gravações do vídeo-clipe de umas das suas músicas. O local escolhido foi um terreno baldio, entretanto, nas proximidades de uma igreja, o que não agradou os seguranças da Divina Esperança, que aproximaram e proibiram.
“Os seguranças da dita igreja vieram ao nosso encontro e disseram: aqui nas imediações nós não permitimos que se façam filmagens, até aí estava tudo bem. Disseram que tínhamos que ir à esquadra, mas passaram duas horas e não saímos do local até que começamos a nos insurgir”, contou.
A artista, que fez o relato a partir de um vídeo na noite de domingo, relatou que não tardou e chegou um homem, que se presume que seja o líder da igreja, que ordenou que fossem tiradas fotos da escritora sem revelar a finalidade e confiscaram o telemóvel de Chiziane.
Foi ali que começaram as agressões físicas a três membros da sua equipa e psicológica a ela.
“O Eduardo Samo foi barbaramente agredido, o nosso maestro das palavras, o meu assessor Vieira Mário apertaram-lhe o pescoço, quase que eu ia morrendo ao ver aquela coisa horrível. O Job, nosso amigo que está doente, foi maltratado ”, mencionou.
Diante de tais actos, Chiziane questiona “quem são eles para me impedir de fazer uma imagem na rua? Quem são? e por quê agrediram essas crianças maravilhosas com quem trabalho? E o que querem fazer com as imagens da Paulina?”.
As imagens tiradas foram depois a circular nas redes sociais, com um texto sem assinatura, mas que acusa a artista de ter ido à igreja fazer trabalhos de feitiçaria.
Este jornal entrou em contacto com a igreja que disse não ter nada para falar.
O caso foi submetido às autoridades policiais, que, segundo a assessoria da artista, presenciaram as agressões e não reagiram.