Faltando apenas três meses para as eleições, a Assembleia Nacional de Angola vota esta quarta-feira a polémica proposta de lei sobre inquéritos de opinião.
Segundo a DW, a proposta de lei, proíbe sondagens antes da realização de eleições e prevê que os organizadores de sondagens e inquéritos de opinião partilhem com o Governo o relatório final dos estudos realizados antes da publicação.
O Executivo de João Lourenço justifica o diploma com a necessidade de estabelecer um quadro legal para este tipo de estudos. Mas David Boio, académico e membro do Afrobarómetro, acha estranha a proibição de sondagens eleitorais.
“É um bocado estranho porque os partidos políticos precisam das sondagens para alinharem os seus discursos e perceber o estado da opinião pública. Portanto, é estranho que os partidos estejam a ser impedidos de terem informações para a sociedade”, afirma.
A votação no Parlamento sobre a proibição de sondagens eleitorais tem lugar a cerca de três meses das eleições gerais, e acontece pouco depois do Afrobarómetro ter publicado um estudo que apontava para a vitória da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) em Luanda e para a vitória do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) no país, sem maioria absoluta, pela primeira vez na história.