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País suspende a formação básica da PRM por três anos

Foto: O País

Nos próximos três anos, não haverá formação básica da Polícia da República de Moçambique (PRM), segundo o Comandante-Geral da PRM, Bernardino Rafael, que falava nas cerimónias de patenteamento de 811 agentes. A sessão coincidiu com as celebrações do Dia da Polícia.

A decisão, conforme disse, não é actual, foi pensada e desenhada de forma minuciosa. Nos últimos cinco anos, começaram os preparativos para a interrupção do recrutamento e formação massiva de polícias.

“As despesas foram muitas, mas nós pensamos que temos que atacar este pilar para, depois, atacar outros pilares. Vamos parar por três anos e aquilo que era para fardamento, alimentação, combustível, transporte de ida e volta dos instruendos, vamos, pedra a pedra, atacar o pilar difícil que são as infra-estruturas. Estamos a pensar de forma económica”, explicou Bernardino Rafael.

Conforme disse o comandante-geral da PRM, não era possível formar muitos agentes e, ao mesmo tempo, construir, comprar viaturas, equipar e modernizar os serviços. Por isso, o foco será, agora, a construção das escolas de formação, comandos distritais, esquadras, outras infra-estruturas que, segundo disse Bernardino Rafael, algumas estão em estado avançado de degradação.

Ainda no evento, o número um do Comando-Geral da PRM fez saber que, durante os três anos de paralisação, o currículo será revisto para garantir que esteja de acordo com os padrões internacionais de formação da Polícia. Depois da retoma, apenas cidadãos com 12ª classe serão admitidos.

Bernardino Rafael assegura que a interrupção de formação não vai prejudicar a ordem, a segurança e tranquilidade públicas. “Nós pensamos que o país tem Polícia razoável. Não completamos o rácio polícia–cidadão, mas temos polícia razoável para garantir a protecção dos moçambicanos nos próximos 10 anos. Temos efectivo jovem e razoável para garantir segurança nos próximos 10 anos”, garantiu.

A fonte foi mais longe, ao reconhecer que, durante o processo de recrutamento, há agentes na corporação que cobram valores monetários para admissão dos instruendos. Não se fez de rogado, e, na ocasião, deixou recados. “Aí daqueles que andaram a burlar cidadãos, alguns dos nossos colegas têm lista nas carteiras e nos bolsos que burlaram. É melhor devolverem o dinheiro de dono. Nós não vamos formar durante três anos. E aqueles que foram burlados, não nos envolvam, resolvam os vossos problemas lá fora”, sentenciou.

Os cursos de formação básica serão interrompidos, mas a formação de sargentos, forças especiais e oficiais da Polícia e outras especialidades internas vai continuar.

Bernardino Rafael falava durante o patenteamento de 811 agentes da PRM, dos quais oito superintendentes principais, 92 superintendentes, 198 adjuntos superintendentes e 529 sargentos.

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