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País não está a observar todos os ideais de Samora Machel

Foto: O País

A filha do primeiro Presidente de Moçambique, Olívia Machel, diz que o país está a falhar na observância dos ideais de Samora Machel. Aponta, como exemplo, a precariedade na educação e a fraca qualidade de vida dos moçambicanos. Diz, aliás, que a falta de unidade nacional e vigilância originaram o terrorismo.

Assinalam-se, esta quarta-feira, 36 anos da morte de Samora Machel, primeiro Presidente de Moçambique. Para assinalar o dia, o Ministério dos Combatentes realizou em Maputo um simpósio sobre a vida e obra de Samora Machel. À margem do evento, a terceira filha do primeiro Chefe de Estado, Olívia Machel, disse que a emergência de muitos males no país contraria os ideais do seu pai.

“Se estivéssemos vigilantes, se estivéssemos coesos, a situação de Cabo Delgado talvez não estivesse como está. Ele defendeu sempre que temos que estar unidos, temos que defender a nossa independência, e acho que aqui há um desfalque; há um problema qualquer de vigilância, porque não se percebe o porquê de na província de Cabo Delgado, que foi o berço da nossa independência, da nossa pátria, que acomodou a guerra de libertação nacional, estar a acontecer o que está a acontecer”, lamentou Olívia Machel.

No evento que juntou veteranos da Luta de Libertação Nacional, antigos governantes e estudantes, exaltaram-se os feitos do homem que proclamou a Independência Nacional. António Hamathai, que ocupou vários cargos de chefia e direcção e trabalhou com Samora Machel, diz que Samora foi um líder multifacetado de grande gabarito. Lembramo-nos dele como se 19 de Outubro tivesse sido ontem; temos aquela memória de um líder permanente, presente em todas as situações que envolvessem o seu povo.

Por seu turno, Feliciano Gundana, um destacado combatente da Luta de Libertação Nacional, destacou que o país continua a trilhar os caminhos de desenvolvimento. “Nestes 36 anos, o país não está parado. O país está a realizar as tarefas que o Presidente Samora deixou que são adaptadas nas circunstâncias actuais nas mudanças do mundo e de Moçambique que não pode estar alheio.”

O antigo ministro da Defesa Nacional, Tobias Dai, partilha os ensinamentos obtidos com o primeiro Presidente de Moçambique. “Samora Machel ensinou-nos que com a arma na mão e com todo instrumento que tiver devemos salvaguardar o funcionamento das instituições públicas e garantir que o programa de desenvolvimento de Moçambique possa ser realizado.”

A ministra dos Combatentes, Josefina Mpelo, destacou as qualidades de liderança do Presidente Samora Machel.

“Hoje, estamos a homenagear um líder de qualidades excepcionais, carismático e que amava profundamente o seu povo e a sua pátria. Como povo e nação, sentimo-nos orgulhosos por sentirmos que os ideais de Samora Machel continuam vivos e preservados na liderança de Filipe Jacinto Nyusi”, destacou Josefina Mpelo.

No evento realizado em Maputo, o Instituto de Pesquisa da História da Libertação Nacional deixou o seu compromisso de continuar a divulgar a história de libertação de Moçambique.

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