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Pais encaixou cerca de USD 221 milhões em receitas de turismo em 2023

Foto: O País

Moçambique arrecadou, só em 2023, cerca de 221 milhões de dólares norte-americanos resultantes de actividades turísticas. As visitas aos parques e reservas nacionais valeram um encaixe de 227 milhões de Meticais, dos quais 20% foram alocados às comunidades locais.

O turismo é tido como uma ferramenta de desenvolvimento económico e transformação, a nível mundial. A prova desta afirmação é que a ONU turismo refere que, em 2023, o sector, a nível mundial, mobilizou 1,3 biliões de viagens internacionais, tendo produzido uma receita global de 1,4 mil milhões de dólares norte-americanos, uma fasquia equivalente a 93% em relação ao que se produziu em 2019, no início da pandemia da COVID-19. Ainda segundo a organização supracitada, o sector contribui no crescimento do PIB global em 3%.

No caso concreto de Moçambique, o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse, esta quinta-feira, no quadro da abertura da 10a edição da Feira Internacional do Turismo (FIKANI) que, só em 2023, o país recebeu mais de 870 mil turistas internacionais, dos quais 80% são provenientes do continente africano, 6% da Europa, 4,5% da Ásia e pouco menos de 1% vindos dos restantes dos continentes.

Como resultado, “as receitas do turismo internacional atingiram uma cifra de 221 milhões de dólares norte-americanos, em 2023, contra 200 milhões de dólares do período homólogo do ano anterior, uma variação positiva em pouco mais de 10%”.

No mesmo período em análise, “as receitas em entradas nos parques e reservas no país estão avaliadas em cerca de 227 milhões de Meticais, dos quais 20% foram alocados em benefício das comunidades locais”, refere o Chefe do Estado.

Após a crise que eclodiu com o pico da pandemia da COVID-19, em 2020, o Governo adoptou uma série de medidas de aceleração económica, entre elas o relaxamento na concessão de vistos de entrada, compreendendo a introdução do visto de fronteira, alteração do visto de negócio com múltiplas entradas e permanência no país até 90 dias. Implementou-se, ainda, a isenção de vistos para mais de 29 países, com ganhos substanciais de produtividade, onde foi possível registar 75 695 visitantes em 2023.

Mercê das inúmeras potencialidades turísticas que o país apresenta, o Presidente da República revela que “continuamos a assistir a um interesse de investimentos externo e internos para o sector, com propostas no valor global de 940 milhões de dólares norte-americanos”, uma tendência que promete boas perspectivas a médio e longo prazo para a economia do país.

Durante o quinquénio 2020-2024, mais especificamente até ao primeiro semestre do ano em curso, entraram em funcionamento 188 empreendimentos que incluem hotéis e outras unidades de alojamento, estabelecimento de restauração e bebidas, assim como agências de viagens, tendo contribuído para a criação de mais de 14 mil postos de emprego.

Segundo o director de Estatísticas de Microempresas, Adriano Matsinhe, em 2023, o país recebeu 1 153 698 turistas, um número que representa uma redução de 43,3% quando comparado com o último inquérito realizado em 2019, antes da pandemia da COVID-19, em que se registou um total de 2 032 923 turistas.

Apesar de ter sido feito um levantamento de dados entre 2020 a 2022, o responsável fala de melhorias no sector e espera que cresça mais nos próximos anos.

A fronteira de Ressano Garcia foi que a mais registou entradas, com mais de 27% de turistas, seguido do Aeroporto de Maputo com 12% e, por fim, o Aeródromo de Vilanculo, com 11,1%.

O inquérito revela ainda que “o lazer e a recriação, são as actividades que mais levam os turistas a visitarem o país, tendo gasto em 2013, acima de 52 mil milhões de meticais, representando um gasto médio diário de cerca de 6400 Meticais”.

“Queremos promover um plano de acções competitivas e eficaz, que coloca Moçambique como um destino turístico de excelência, no cenário nacional, regional e internacional.”

Embora haja sinais claros de recuperação do turismo, o sector privado quer sinergias de todas forças vivas de forma a tornar a indústria ainda mais competitiva e dinâmica em Moçambique.

Para o alcance do desiderato, o presidente da Federação Moçambicana de Hotelaria e Turismo, Vasco Manhiça, avança que “o pelouro está engajado na criação de políticas para uma melhor actuação do sector, de modo a competir internacionalmente com outros destinos turísticos”.

O sector promete buscar parcerias para “revigorar as infra-estruturas turísticas no país, incluindo sistemas de transportes turísticos, assim como desenvolver planos de manutenção que asseguram a qualidade e conforto das instalações”.

Vasco Manhiça garante, igualmente, novas campanhas de marketing para destacar a diversidade cultural e natural que o país tem em abundância.

“Aplicaremos estratégias de marketing digital para alcançar um público mais amplo e diversificado. O turismo doméstico é uma prioridade, pelo que vamos estabelecer parcerias estratégicas para criar pacotes promocionais e atractivos. Além disso, a realização de eventos e festivais culturais será uma ferramenta chave para atrair turistas e valorizar as nossas tradições”, concluiu Manhiça.

Os interlocutores falavam, esta quinta-feira, em Maputo, na décima edição do FIKANI, evento que contou com a participação de 220 expositores, provenientes da África do Sul, Eswatini, Namíbia, Ruanda, Nigéria, Angola, Quénia, Portugal, Espanha e nacionais.

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