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País  celebra independência com as atenções viradas no combate ao terrorismo 

O Presidente da República diz que “o país está relativamente em paz”, embora alguns distritos da província de Cabo Delgado estejam a ser assolados pelo terrorismo. Filipe Nyusi apela, por isso, para a união dos moçambicanos, “fórmula que acabou com o colonialismo”.

Moçambique celebrou, ontem, 49 anos da sua independência, proclamada a 25 de Junho de 1975. A proclamação foi feita pelo primeiro Presidente da República, Samora Machel, ao fim de uma luta que durou entre 1964 e 1974, altura em que se assinaram os Acordos de Lusaka, que passavam a Soberania de Moçambique à Frelimo, na altura partido único em Moçambique. No ano seguinte, Machel fez a proclamação no Estádio Nacional da Machava.

Ontem, 49 anos depois, Filipe Nyusi, o 4º presidente de Moçambique, dirigiu as cerimónias centrais da celebração de mais uma data. “Ao comemorarmos essa data, celebramos os valores mais nobres que caracterizam a nação moçambicana, o patriotismo, a democracia multipartidária, o primado da lei, a cultura de trabalho, o respeito mútuo entre outros”.

Apesar de Moçambique ter alcançado a sua soberania, ao içar da bandeira no Estádio da Machava, pelo primeiro Presidente do país, Samora Machel, a 25 de Junho de 1975, o país vivenciou 16 anos de guerra civil intensa, entre 1977 e 1992, acto que foi só teve fim com o diálogo entre a Frelimo e a Renamo. Ainda assim, o Presidente da República faz um balanço positivo.

“O país está relativamente em paz. Depois de 16 anos de conflito entre irmãos decidimos sentar à mesma mesa para restabelecer a paz perene. Hoje, todas as batalhas políticas são travadas nas urnas”, disse Filipe Nyusi.

Fazendo uma radiografia dos 49 anos de independência, o Chefe de Estado voltou no tempo, visualizou e descreveu para os moçambicanos o que via e deu nota positiva.

“Nestes 49 anos de independência, o país desenvolveu, em todos os sentidos, ganhos que, quando olhamos para o período percorrido até aqui, orgulham todos os 33 milhões de moçambicanos quase em todos os sectores, nomeadamente, na saúde, agricultura, educação, artes e cultura, funcionalismo público, justiça, na energia eléctrica, diplomacia e tantas outras áreas”, detalhou Nyusi.

Embora tenham sido registados avanços, o país debate-se com o terrorismo em Cabo Delgado, que está a desestabilizar alguns distritos daquela província, segundo avançou o Presidente da República.

“Sobre este desafio, temos a firme convicção de que, se estivermos unidos, vamos vencer”, disse Nyusi.

“DDR ESTÁ NUMA FASE MUITO AVANÇADA”
Dados apresentados pelo Presidente da República indicam que, dos 5221 antigos guerrilheiros da Renamo abrangidos pelo processo até ao dia 20 de Junho, 4273 já tinham as suas pensões fixadas e, destas, 3547 já estão em pagamento.
Só não está finalizado porque há quem não está a facilitar. Por exemplo, os homens da Renamo que ainda não reclamaram as suas pensões. Por isso mesmo, Filipe Nyusi apelou aos cerca de 948 antigos guerrilheiros da Renamo abrangidos pelo DDR, que ainda não se apresentaram a equipa conjunta, para o fazerem com a maior brevidade de modo a que o processo possa ser encerrado.

NYUSI AVANÇA E LANÇA FESTIVIDADES DOS 50 ANOS
Mesmo sabendo que já não estará na condução dos destinos do país, Filipe Nyusi parece querer deixar tudo agendado para o seu sucessor. Lançou, por isso, as festividades dos 50 anos da Independência Nacional.
A festa começa já este ano mesmo. No dia sete de Setembro, Dia da Vitória, haverá a festa da celebração dos 50 anos dos Acordos de Lusaka, que, na verdade, abriram espaço para a proclamação da independência. No mesmo mês, dia 25, será feita uma outra grande festa, a celebração das Forças Armadas de Defesa de Moçambique.
A 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana, será lançada a tocha com chama da unidade nacional, que deverá percorrer todas as províncias de Moçambique, partindo de Cabo Delgado até à Cidade de Maputo. Espera-se que ela chegue a 25 de Junho de 2025, quando será feita a grande festa dos 50 anos da independência.

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