A Organização dos Trabalhadores Moçambicanos (OTM) exige a retoma das negociações do aumento do salário mínimo ainda este ano, mas a ministra do Trabalho não promete que venha a se efectivar esse aumento salarial.
A cidade de Nampula acolheu, este sábado, as cerimónias centrais do 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores. A celebração deste ano acontece dentro de um novo normal, por isso não houve grande concentração de trabalhadores e muito menos desfiles típicos dos anos anteriores.
A pandemia da COVID-19 fragilizou a economia do país, chegou a empurrar 57 mil trabalhadores para o desemprego, mas neste momento, estima-se que 50 mil voltaram a trabalhar. Entretanto, o salário mínimo não é mexido há dois anos.
“Em contrapartida, estamos a dois anos com aumentos sucessivos de preços de bens e serviços, o que agravou o custo de vida para os trabalhadores que, como se sabe, os seus rendimentos são baixos”, lamentou Alexandre Munguambe, secretário-geral OTM, assegurando que “como representante dos trabalhadores, continuaremos engajados para que o processo de negociação do salario mínimo tenha lugar e traga resultados concretos.
Neste momento, o salário mínimo mais baixo é de 4.200 meticais, praticado no subsector de pesca de Capenta e o mínimo mais elevado é de 11.600 meticais, praticado nos bancos e seguradoras, contra um cabaz avaliado este ano em 25.300 meticais, tendo como base uma família de cinco membros.
Mesmo com esta realidade, a ministra do Trabalho não promete aumentos, e deixa tudo para as negociações que começam este mês.
“A partir do mês de Maio, iremos começar a analisar para que em Junho possamos reunir em comissão consultiva e tomarmos uma decisão definitiva. Por isso, não vou fazer nenhuma promessa.”
No pico da crise, imposta pela pandemia da COVID-19, 2.245 empresas despediram trabalhadores e outras suspenderam os contratos e actualmente, fala-se de apenas 100 que continuam nessa situação. Todavia, a situação de Palma vem a aumentar as “pragas” que se abatem sobre Moçambique.