Uma doença rara, sem causa específica e que ocorre na adolescência. O osteossarcoma é um tumor maligno que afecta os ossos. A amputação é muitas vezes o tratamento mais eficaz para esse tipo de tumor.
O tumor aparece frequentemente em adolescentes, por volta dos 14 anos de idade e é mais comum em meninos. Atinge principalmente os ossos longos, sendo os mais comuns o fêmur e a tíbia, na região do joelho. Tem a aparência de um inchaço e a dor costuma a ser o primeiro sintoma.
Uma dor que de acordo com o especialista não passa nem com analgésico. O diagnóstico é feito através de cintilografia óssea, um exame de imagem usado, na maioria das vezes, para identificar pontos afectados pelo tumor. Mas em Moçambique esse exame não está disponível, por isso recorre-se ao raio X e a biopsia. Uma vez identificado inicia-se o tratamento que envolve uma equipa médica que vai desde ortopedistas, oncologistas até psicólogos. E porque os pacientes chegam numa fase em que o tumor já se desenvolveu recorre-se a amputação.
Foi por este procedimento que a filha mais velha, Neyd Nandja, de um total de três do casal Nandja teve de passar. Uma realidade encarada com choque, mas que produziu bons resultados.
“Nós nos apercebemos que ela melhorou muito depois de ter feito a cirurgia, aparentemente para nós está bem. Vamos continuar a fazer a quimioterapia”, disse Maux Nandja, pai de uma paciente.
Quem também pode estar com osteossarcoma é o adolescente Elsídio Mukokane. Os primeiros sinais da doença apareceram em Novembro. Quando a nossa reprtagem chegou a Ortopedia do Hospital Central de Maputo ele já estava internado há três semanas.
O adolescente de 17 anos de idade aguarda pelo resultado dos exames, para depois iniciar com o tratamento.
Dados da Sociedade Americana de Cancro indicam que anualmente, cerca de 800 a 900 novos casos de osteossarcoma são diagnosticados em crianças e adolescentes. No hospital Central de Maputo são diagnosticados até cinco casos por ano. Em Moçambique não há nenhum estudo sobre a doença, mas estimativas mundiais apontam para uma taxa de sobrevivência de 70 por cento em cinco anos, após a descoberta e tratamento da doença.
Quando não tratado, o osteossarcoma pode afectar outros órgãos, tal como o pulmão. A jornada do tratamento de um tumor é desafiadora desde o diagnóstico, ao impacto negativo da notícia, a reorganização do dia-a-dia para conciliar a rotina de hospital com trabalho ou estudos, e os efeitos adversos do tratamento. Mas é nas pessoas amadas onde se encontra a força para vencer a doença.
A causa específica do osteossarcoma ainda não é conhecida, e por isso não pode ser prevenido. Mas o facto de ter algum familiar que teve algum tipo de tumor aumenta as possibilidades do seu surgimento. O diagnóstico e tratamento são gratuitos, mas os pacientes queixam-se dos altos custos dos medicamentos disponíveis nas farmácias públicas e das próteses para a perna amputada. Informar-se, manter comunicação com a equipa médica e seguir à risca as orientações são os caminhos seguidos por Neyd e sua família para lidar com a doença.