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Ossufo Momade quer intervenção da Igreja Católica para evitar fraude eleitoral

Foto: O País

O líder da Renamo, Ossufo Momade, pede a intervenção da Igreja Católica para que convença o Governo a evitar a fraude nos pleitos eleitorais que se avizinham, a começar pelo recenseamento eleitoral.

Ossufo Momade reuniu-se, hoje, com os líderes da Igreja Católica para uma conversa, porque, segundo disse, o seu partido está preocupado com os ilícitos eleitorais que já estão a decorrer neste momento e que podem ser o prenúncio de fraude nas eleições de Outubro, como o recenseamento de pessoas não elegíveis, fora das horas normais, e o roubo dos computadores.

“A igreja tem um papel importante na sociedade; há uma necessidade de ela fazer algum trabalho para convencer a parte governamental que está a provocar esta situação a parar com isso, porque não é culpa do brigadista. O que está a acontecer é a mando de alguém”, afirmou.

O líder da Renamo deu exemplo dos membros da Comissão Política da Frelimo que estão em todas as províncias a trabalhar, mas que nunca reportam problemas, pelo contrário “sempre dizem que está tudo bem, quando, na verdade, não está e estamos todos a ver isso”, por isso Momade reforçou a necessidade de a igreja intervir, pois, caso não aconteça e a situação se prolongue até às eleições, o seu partido pode voltar a pegar nas armas e não é essa a intenção.

Segundo o Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Maputo, Dom Tonito Muanamona, a preocupação da igreja é fazer com que a paz, através da oração, não seja uma utopia ou uma letra morta, por isso de tudo vai fazer para que o processo corra da melhor forma possível.

“Nós, como igreja, apontamos como solução os caminhos para a preservação daquele que é um dom muito importante, que é a preservação da paz”, explicou o bispo e acrescentou que “esse é o grande desafio manter a paz que recebemos de Deus e que está nas nossas mãos que está no coração de cada um de nós”.

Esses caminhos, conforme detalhou Muanamona, são o diálogo e a união de forças para a busca de soluções pacíficas, que vão ao encontro dos anseios do povo.

O líder da Renamo reagiu, também, aos pronunciamentos do Presidente da República, em Nova Iorque, de que termina em Junho próximo o processo de DDR com o encerramento da última base, em Gorongosa, na  província de Sofala.

Segundo Momade, só há condições para avançar se as pensões forem garantidas: “O Presidente da República diz que já tem dinheiro e que depois de a base ser encerrada vai pagar. Por que eu tenho que criar problemas?! Eu tenho que confiar no que está a dizer e não disse isso ao Ossufo Momade, disse ao mundo e aos moçambicanos. Se ele não cumprir, os moçambicanos vão cobrar, mas o que queremos neste momento é desmobilizar”.

Momade reagiu, ainda, à ameaça de greve por parte dos profissionais de saúde, tendo dito que o Governo está a ignorar as preocupações da classe e que quem vai sofrer é o povo, pois ainda não se pronunciou ou tentou acalmar a classe.

“Nyusi é um irresponsável, não respeita o seu próprio povo. Se tivesse noção do que vai acontecer amanhã, devia ter dito alguma coisa em relação à comunicação. Vamos ter consequências negativas. Hoje que os profissionais de saúde estão nos hospitais, já temos problemas e, se não estiverem, o que vai acontecer?” indagou Momade para concluir.

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