O País – A verdade como notícia

Ossufo Momade diz que um “membro judas” queixou-se aos tribunais em busca de legitimidade

O presidente da Renamo afirmou, este domingo, que há membros que “desfilam pelas televisões e pelos tribunais, à procura de legitimidade político-partidária”. Ossufo Momade garantiu que o partido vai realizar o congresso em Maio próximo e disse não se lembrar de uma reunião como esta, na história da formação política que lidera, que tenha sido realizada “porque alguém, que seja membro judas,” se queixou aos tribunais e à comunicação social.

Falando na abertura do Conselho Nacional – evento de um dia e que decorre na Cidade de Maputo – Ossufo Momade disse que, depois da “fraude eleitoral” havida nas autárquicas de 2023, se esperava que os membros do partido “mantivessem a serenidade necessária para juntos estarmos focados num objectivo ideal e comum, que é identificar o nosso adversário político e estratégia para as eleições de 2024”.

Contudo, “estranhamente, contra a nossa vontade colectiva e o dever especial de reforçar a coesão, a disciplina, o dinamismo e o espírito de criatividade no partido, assistimos a certos membros e desfilar pelas televisões e pelos tribunais, à procura de legitimidade para alcançar posições político-partidárias”.

Essa forma de proceder é, de acordo com o líder da Renamo, “uma fracassada tentativa de inventar a roda, já inventada, e uma forma infeliz e desmedida atitude de apagar a história da Resistência Nacional Moçambicana”.

“Lamentamos que tais membros tenham investido o seu tempo e inteligência” para culpar o partido e seu presidente pela fraude eleitoral, “de tal sorte que se esqueceram de onde viemos e para onde vamos (…). A nossa agenda é clara: alcançar o poder e servir ao povo moçambicano”. 

Sobre o congresso – marcado para 15 e 16 de Maio próximo, num local ainda por indicar – Ossufo Momade começou por explicar que 2023 e 2024 “são atípicos” por serem anos eleitorais e de intensa actividade política. “O partido Renamo nunca se furtou de realizar o congresso.”

Será o sétimo congresso da “Perdiz”, e Ossufo Momade disse que não se lembra de uma reunião dessa envergadura, na história da formação política que lidera, que tenha sido realizada “porque alguém, que seja membro judas, foi queixar-se aos tribunais e órgãos de comunicação social para buscar legitimidade”.

Refira-se que o membro da Renamo que teve aparições constantes na imprensa e recorreu aos tribunais para ver ultrapassadas certas irregularidades no partido é Venâncio Mondlane.

Em Fevereiro último, Venâncio Mondlane submeteu, no Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, uma providência cautelar para que Ossufo Momade fosse notificado a cumprir os estatutos do partido na íntegra, sobretudo marcar a data do congresso.

Para o líder da Renamo, contra o desiderato de reforço da coesão, disciplina interna do partido, há membros que se empenham na desestabilização através de declarações desabonatórias na comunicação social. “A nossa agenda é clara: alcançar o poder e servir bem ao povo moçambicano”.

 

Situação do DDR

Segundo Ossufo Momade, 46 oficiais da Renamo – recém-formados – foram enquadrados na Polícia da República da República de Moçambique (PRM), no âmbito do processo de Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração (DDR). 

Este enquadramento é histórico para a Renamo, porque, desde o Acordo Geral de Roma, em 1992, nunca se tinha conseguido, afirmou o Presidente do partido.

Dos 5221 processos submetidos ao Ministério da Economia e Finanças, para fixação de pensões dos combatentes, foram remetidos ao Tribunal Administrativo, até Março passado, 3486, dos quais 2522  têm visto e 1935 já recebem pensões.

Sobre os projectos de sustentabilidade económica para os antigos guerrilheiros da Renamo, o partido não está satisfeito, devido à alegada morosidade. “Nunca nos cansaremos para a sua materialização, pelo que continuaremos a exigir, da contraparte do acordo, o seu cumprimento. Se dependesse da nossa liderança, o processo estaria encerrado.

Aos combatentes da Renamo, Ossufo Momade apelou para que não se deixem “abalar pelos pronunciamentos irresponsáveis”, cuja finalidade é “desvalorizar o nosso esforço e empenhos colectivos, porque, enquanto líderes deste partido, tudo faremos para que o Acordo de Paz e Reconciliação de Maputo seja cumprido no espírito e na letra”.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos