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Os que financiam terrorismo “querem (re)colonizar-nos”, diz Nyusi

O Presidente da República diz que os financiadores do terrorismo em Cabo Delgado têm interesses políticos que visam desestabilizar e colonizar Moçambique para pilhar recursos. Filipe Nyusi encorajou, hoje, os jovens a não aceitarem ser instrumentalizados para acções do mal. O Estadista falava, em Maputo, na cerimónia de abertura da VII Conferência Nacional da Juventude.

O Chefe de Estado usou o evento juvenil para fazer fortes revelações e lançar recados para dentro e fora do país. Chamado a discursar para uma plateia repleta de jovens, Filipe Nyusi acusou entidades externas e até nações de financiarem acções terroristas, em Moçambique, para atingir o Governo, criar instabilidade e pilhar recursos.

“No nosso país, vivemos a situação do terrorismo criado e financiado por forças do mal. Se essas pessoas têm armas, a questão que se coloca é: de onde vêm essas armas? questionou Nyusi para, em seguida, argumentar que “financiam como parte dessa teoria de desordem e instrumento político. O país estava a andar a uma velocidade de cruzeiro, muitos projectos estavam em andamento em Palma, no mar e na terra. Havia reassentamentos, pescadores de Palma começavam a ter mais rendimentos porque já havia mercado. Fazem isso para resolver o problema deles, causando sofrimento às populações moçambicanas. O objectivo é o de perpetuar o sofrimento e a pobreza dos moçambicanos, enquanto não são nacionais e criar condições para pilhagem dos nossos recursos”, explicou.

QUEREM RECOLONIZAR ÁFRICA E PILHAR RECURSOS

O Presidente da República vai longe e diz que tais financiadores externos querem voltar a colonizar o continente africano, em geral, e Moçambique, em particular. “É uma nova forma de colonialismo. Felizmente, içamos a bandeira, temos a nossa soberania, mas eles querem ganhar dinheiro criando desordem. Eles articulam com objectivo de usar os jovens para criar instabilidade. Infelizmente, algumas mentes, não só de jovens, são financiadas e utilizadas com o objectivo de recolonizar África e de pilhar os recursos em Moçambique. Usam dinheiro para manipular a consciência dos jovens para aderir à desordem e perpetuar actos contra a sua própria pátria, contra as suas próprias comunidades e nunca contra as nações de quem financia. E nós não gostaríamos que os nossos jovens fossem pagos para fazer confusão num outro”, detalhou.

Tais entidades, acrescenta Filipe Nyusi, actuam dentro do país, fazendo pressão sobre as decisões do Governo.

“Não estamos a fugir das nossas responsabilidades. Não são poucas as vezes que eles aparecem a condenar as Forças de Defesa e Segurança, quando estas actuam em defesa dos moçambicanos e de todos que residem em Moçambique. Quando tudo começou, sempre reclamavam que não íamos em busca do apoio, mas ainda estávamos a procurar entender o fenómeno. Imaginemos que fosse um conflito interno, como tivemos no passado, por que deveríamos recorrer a outros países para resolver um problema nosso? Quando se chegou à conclusão de que se tratava de terrorismo, convidamos parceiros para que nos ajudem e essas mesmas pessoas voltam a criticar as nossas escolhas. A questão que colocamos é: qual é o perfil dos que combatem o terrorismo?”

Filipe Nyusi aproveitou a ocasião para elogiar a bravura dos jovens que defendem a soberania nacional, combatendo o terrorismo no Teatro Operacional Norte. “Esses jovens são reais, de todas as idades e géneros. Eles juntam-se à experiência dos mais velhos para combater este mal. Neste momento, decorrem acções de perseguição de terroristas nas matas cerradas entre os rios Messalo e Montepuez. Eles estão em debandada, mas a mata é fechada e não se penetra com facilidade”.

“FALTA DE EMPREGO NÃO DEVE LEVAR A ACTOS CRIMINOSOS”

Noutro desenvolvimento, Filipe Nyusi reconheceu as dificuldades que o Governo tem para garantir emprego para todos, mas tal não deve ser usado para criar acções de sabotagem.

“O nosso Governo tem plena consciência dos desafios da juventude moçambicana que vive a realidade das limitadas oportunidades de emprego formal e informal. Por outro lado, avalia com indignação os males associados, tais como a criminalidade, o tráfico de drogas, incluído excessivo de álcool, a prostituição, entre outros.”

Mas esses não são os únicos males apontados por Filipe Nyusi. Como que em resposta aos recentes focos de manifestações, Nyusi lembrou que a vandalização não resolve os problemas, mas sim retarda o crescimento do país.

“Construímos uma nova estrada e alguém chega, queima pneu e danifica essa mesma estrada. Depois dessa situação, há carros que podem acidentar-se, há carros que podem avariar e quem ganha com isso? Depois, começamos a murmurar. Os desafios não devem estimular o nosso jovem a pensar em enveredar pelos actos ilícitos ou aderir a actos terroristas ou de diferentes crimes capazes de destruir o seu próprio país ou de destruir o seu próprio futuro.”

A liderança do Conselho Nacional da Juventude exigiu do Governo mais apoio às iniciativas juvenis. Já a representante do Fundo das Nações Unidas para a população mostrou vontade de apoiar o Governo para alavancar iniciativas juvenis. Os discursos foram feitos, esta segunda-feira, na abertura da 7ª Conferência Nacional da Juventude.

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