As vítimas dos ciclones Idai e Kenneth podem ser alvos de tráfico de seres humanos, devido à vulnerabilidade a que estão expostas por falta de uma série de condições de sobrevivência, disse, hoje, em Maputo, a Associação Alumini USA Moçambique.
A agremiação entende que o tráfico de seres humanos pode afectar principalmente crianças e jovens, por alegadamente serem apetecíveis para exploração sexual e laboral.
As vítimas daquelas intempéries, que fustigaram as regiões centro e norte em Março e Abril deste ano, “facilmente podem ser enganadas e aliciadas para emprego ou estudos fora do país”, enquanto o objectivo é “posteriormente abusá-las sexualmente ou submetê-las à exploração (…)”, segundo Glédisse Manjate, coordenadora daquela associação.
A fonte sublinhou que ainda não houve registo de casos envolvendo o grupo em questão, mas urge desenhar estratégias com vista a prevenir a sua ocorrência.
A Associação Alumini USA Moçambique, é formada por académicos, investigadores e empresários que já beneficiaram de intercâmbio nos Estados Unidos da América (EUA).
No evento, a Procuradora-Geral Adjunta, Amabéla Chuquela, defendeu a necessidade de actualizar a legislação que pune o tráfico de seres humanos, para adequa-la ao modus operandi dos traficantes de seres humanos.
Amabéla Chuquela explicou que a lei carece de actualização para atacar, por exemplo, questões de aliciamento e recrutamento de pessoas através da internet.
De acordo com a magistrada, o tráfico de seres humanos por via de internet aparece dissimulado em forma de anúncios de emprego e bolsas de estudo para o estrangeiro.