O país tem apenas seis mil médicos, para responder a mais de 33 milhões de habitantes, dos quais somente 60 são de Medicina Interna. A Ordem dos Médicos diz que o problema está a causar sobrecarga, o que compromete a prestação de serviços de saúde.
A falta de equipamentos e de material médico-cirúrgico nas unidades sanitárias é um problema já conhecido, que limita a prestação dos serviços de saúde, mas que é agravado pela falta de médicos especialistas.
Os poucos que existem queixam-se de sobrecarga. “Precisamos de meios para poder tratar os pacientes, meios de diagnóstico a altura e expandir os centros de formação de médicos especialistas. O país tem estado a recorrer aos médicos internacionais. A ideia é adoptar um sistema em que haja auto-suficiência nesta área. Na Ordem dos Médicos, estão inscritos cerca de seis mil médicos, mas, devido à situação financeira, muitos há que não conseguem inscrever-se e colocar em prática, porque estão desempregados”, disse Gilberto Manhiça, bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique.
Uma das áreas afectadas pela falta de médicos é a Medicina Interna. O bastonário da Ordem dos Médicos fala da necessidade de maior investimento na formação especializada.
“Temos falta de médicos de clínica geral, mas o maior défice é de médicos especialistas. O rácio recomendado pela OMS é de um médico para mil pacientes, mas nós estamos muito longe disso, o que pode resultar em sobrecarga e desigualdades.”
Gilberto Manhiça falava nesta quinta-feira, na Cidade de Maputo, à margem do I Congresso Nacional de Medicina Interna. No evento, foram apresentados os principais problemas e possíveis soluções para melhorar a prestação dos serviços de saúde.
“O que pretendemos é unificar a classe médica, porque percebemos que há necessidade de fortalecimento, uma vez que o número de médicos especialistas que temos está aquém das necessidades do país”, disse Clotilde Nhantave, presidente do Congresso de Medicina Interna.
O I Congresso Nacional de Medicina Interna termina nesta sexta-feira.

