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Operador chinês recorre a disparos para impedir apreensão de madeira ilegal em Sofala

É um caso que irá fazer correr muita tinta. Um operador de madeira, no distrito de Caia, em Sofala, orientou os seguranças do estaleiro, denominado Gigante Panda Segurança, a impedirem que a madeira apreendida fosse retirada e posteriormente vendida em hasta pública devido à exploração ilegal do recurso florestal.

Está instalado o braço-de-ferro entre as autoridades da Beira, em Sofala, e um explorador de madeira da empresa Cam Internacional que se recusa a proceder à entrega de cerca de dois mil metros cúbicos do recurso florestal, apreendido e vendido em hasta pública. A madeira, que se encontra depositada no estaleiro Gigante Panda Segurança, no distrito de Caia, teria sido dada como ilegal pelas autoridades e, por via disso, foi apreendida.

Acontece, porém, que o proprietário da mesma empresa recorreu à força para impedir que quem de direito retirasse a madeira do local. Foi neste processo que cerca de três seguranças, quando confrontados com a ordem para apreensão, recorreram a disparos contra uma pá mecânica para impedir o processo.

“Quando chegámos, ele disse pára. Já que a pá mecânica não tem problemas de bateria, eu tinha que conduzir para iniciar a apreensão. Eles disparam contra o pneu”, contou o motorista.

O autor dos disparos justificou que cumpria apenas ordens dos seus patrões, no sentido de impedir que a empresa HT, que comprou a madeira, retirasse o recurso do estaleiro. “Nós cumprimos apenas as ordens do patrão. Não podíamos deixar sair a madeira”, explicou um dos seguranças.

Falando sobre este caso, a directora do Serviço Provincial do Meio Ambiente confirmou a ocorrência e assegurou estar a trabalhar para a reposição da legalidade. Mais, disse ser difícil saber do paradeiro da mercadoria.

“Nós estamos a trabalhar com o Governo e outras instituições como a PGR e a PRM, no sentido de ultrapassarmos este constrangimento. Do nosso lado, interagimos com o pessoal do estaleiro”, precisou a fonte.

A população que reside próximo ao estaleiro entrou em pânico no momento dos disparos. “Ficámos assustados. Estávamos a fazer o nosso trabalho. De repente, ouvimos disparos”, contou um morador.

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