O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, sugeriu, ontem, a criação de uma força militar africana robusta, a qual pode desempenhar um papel importante no combate à violência armada.
Numa entrevista concedida à Rádio e Televisão Portuguesa esta quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que a organização não tem forças de imposição da paz, mas sim de manutenção.
Falando sobre o terrorismo no continente africano, particularmente na região do Sahel, o dirigente sugeriu a criação de uma força militar africana robusta, capaz de responder às ameaças de violência armada.
“Aquilo que temos proposto e apoiado é a criação de uma força africana que possa ter um apoio das Nações Unidas, através de uma resolução ao abrigo do capítulo sétimo da Carta da Organização das Nações Unidas, e com um financiamento assegurado através dos mecanismos de financiamento que as Nações Unidas para as operações de paz têm”, disse Guterres.
Guterres afirmou que as missões dessa força poderiam fazer sentido em Moçambique, onde há tropas estrangeiras a ajudar no combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
“Creio que é fundamental que haja uma força militar africana robusta em Moçambique, apoiando as forças armadas moçambicanas. E caso isso se concretize, estou inteiramente disponível para levantar junto do Conselho de Segurança das Nações Unidas a necessidade de apoiar essa força”, precisou.
A violência armada em África, atribuída a grupos extremistas do Estado Islâmico, é uma ameaça que não pode ser esquecida, considera o secretário-geral da Nações Unidas.