A Organização das Nações Unidas exige que as autoridades moçambicanas libertem o jornalista Amade Abubacar e investiguem as alegações de que ele foi mal-tratado.
A detenção do Jornalista Abubacar Amade continua a chocar vários quadrantes do mundo e as reacções vêm de vários cantos. Desta vez, foi o departamento de direitos humanos da Organização das Nações Unidas que considera preocupante a detenção do jornalista moçambicano.
“Em altura de ameaças crescentes aos jornalistas e à media independente, a prisão de Amade Abubacar e as alegações de seus maus-tratos são extremamente preocupantes", disse o relator especial da ONU sobre a liberdade de expressão, David Kaye, e Presidente do Grupo de Trabalho em Detenção Arbitrária, Seong-Phil Hong, em comunicado publicado pelo Gabinete do Alto-Comissário para os Direitos Humanos das Nações Unidas.
Além da preocupação que a organização tem pela forma como a detenção foi levada a cabo, teme pelas consequências que isso pode ter para o ambiente social no país.
“Estamos seriamente preocupados com esta suposta detenção arbitrária e maus-tratos, que parece estar diretamente relacionada ao trabalho do senhor Abubacar como jornalista e que poderia ter um efeito inibidor sobre o exercício do direito à liberdade de expressão em Moçambique” enfatizaram os especialistas.
E aliás, é por isso que exigem: As autoridades de Moçambique devem libertar imediatamente o jornalista Amade Abubacar e investigar as alegações de que ele foi maltratado.
Amade Abubacar é jornalista da Rádio e Televisão Comunitária Nacedje e colabora com o portal britânico Zitamar News. Foi detido a 5 de Janeiro, na província de Cabo Delgado, enquanto entrevistava pessoas que tinham fugido de um grupo armado não identificado. O mesmo que tem vindo a semear terror desde finais de 2017.
Recentemente, as autoridades recusaram o pedido de liberdade condicional do jornalista, alegando que poderia fugir e assim vai aguardar o julgamento no Comando Distrital da Polícia em Macomia.