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Obras de reabilitação do Mercado Central de Inhambane paralisadas há mais de um ano

Em Agosto de 2018 foi lançada a primeira pedra para a reabilitação e ampliação do histórico Mercado Central de Inhambane, mas o sonho de um mercado melhorado virou pesadelo, uma vez que as obras estão paralisadas.

No local vê-se infra-estruturas inacabadas, maquinaria arrumada e nenhum operário em exercício. Quem chega à capital da terra da boa gente, encontra o histórico mercado central em completo estado de abandono.

Em Março do ano passado, o edil de Inhambane veio a público e disse que a edilidade tinha rescindido o contrato com o empreiteiro. Aliás, Benedito Guimino disse, na altura, que uma equipa do Conselho Autárquico fez uma avaliação e constatou que, pelo ritmo em que as obras decorriam, bem como analisada a qualidade da mesma, chegou à conclusão que o empreiteiro não era capaz de concluir a empreitada “por isso agora estamos no processo de procurment para ver um outro empreiteiro que seja capaz de executar as obras até ao fim”, acrescentou Benedito Guimino.

Só que já passa mais de um ano, e pelo menos publicamente ainda não se conhece o outro empreiteiro capaz de executar as obras até ao fim e, no terreno, nem uma pedra foi movida.

Quem não se sente mais capaz de aguentar o cenário actual, são os vendedores do mercado que exercem a actividade no parque de estacionamento do mesmo e desabafam que a situação está insuportável.

É que em dias de chuva vive-se um verdadeiro “salve-se quem puder”, pois a água inunda todo espaço levando à deterioração de vários produtos.

André João é um dos vendedores que foi colocado no local provisório e lembra que, em Fevereiro deste ano, a chuva começou a cair numa noite e no dia seguinte quando foi à sua banca encontrou o que menos esperava. A água da chuva havia alagado toda sua banca, e com isso, perdeu parte da sua mercadoria.

A falta de clientes é outro problema com que os vendedores têm que conviver. Mas os problemas não ficam por aí, em dias de muito sol…as chapas de zinco que fazem a cobertura do local acumulam calor que afecta directamente a qualidade dos produtos frescos, com destaque para vegetais.

Para que consigam vender o que foi afectado pelo sol, alguns vendedores são obrigados a baixar o preço, mas muitas vezes têm que deitar a mercadoria, tornando assim, a missão de busca pelo pão de cada dia espinhosa.

As obras de reabilitação do Mercado Central de Inhambane iniciaram em finais de 2018 e deviam terminar em 2019. Trata-se de um empreendimento financiado pelo banco alemão KFW, num valor de um milhão de euros.

“O País” tentou, sem sucesso, ouvir o edil de Inhambane.

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