As obras da segunda fase da “estrada da linha”, que liga a avenida Major General Cândido Mondlane, vulgo dona Alice, e a praça dos combatentes, na cidade de Maputo, vão arrancar este ano depois de sucessivas promessas e adiamentos. Os utentes não mais acreditam no avanço do projecto.
Não é a primeira vez em que se fala daquela estrada de menos de 10 quilómetros. O anterior edil de Maputo, David Simango, até lançou a pedra para a construção da via, tendo descerrado, naquele local, uma lápide e as obras já estavam a decorrer, aliás, há, até hoje, vestígios disso – passeios feitos em pavês e valas de drenagem não concluídas –, mas tudo ficou abandonado sem nenhuma explicação.
Hoje, no elenco de Eneas Comiche, a estrada volta a ser um assunto. Nos extremos da via, estão montadas placas que indicam que, de 13 de Março do ano em curso até a mesma data do próximo ano, será construída em pavês aquela rodovia, custando aos cofres do município cerca de 182 milhões de meticais.
No entanto, os utentes não se esqueceram das sucessivas promessas e adiamentos e dizem não acreditar, pois, na informação contida naquelas placas e só poderão crer, vendo a construção a decorrer.
Alberto Mugabe, automobilista e residente no bairro Ferroviário, disse ao jornal “O País” que muito já se disse a cerca da mesma via. “Isso aí já não temos a certeza, porque começaram há muito tempo essas obras aqui, então não se sabe se, na verdade, vão reabilitar ou não”, expressa.
Jorge Maló, há sete anos a andar naquela estrada, não obstante a incerteza, reconhece a utilidade da infra-estrutura. “Eu concordo com a construção da estrada, será em parte positiva para nós, pelo acesso fácil à cidade, mas é mais-valia também para os utentes destes bairros Ferroviário e Laulane e mesmo para nós de Albasine. Por exemplo, nós, em vez de entrarmos pela Circular, vamos usar a via da estrada em construção, o que vai facilitar o acesso à cidade. Só espero que realmente aconteça”, afirma.
Por sua vez, Terciano Sebastião, exige o cumprimento dos prazos, porque, no seu entender, em muitas obras públicas no país, os empreiteiros não os cumprem. “Pelas placas montadas, serão 12 meses de construção da via, então esperamos que executem a obra dentro dos prazos estabelecidos”, disse Terciano Sebastião.
A segunda fase da estrada da linha parte da avenida Major General Cândido Mondlane, vulgo dona Alice, atravessando os bairros Ferroviário e Laulane e termina na Praça dos Combatentes, em Xiquelene.