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Nyusi reitera que está à espera da Renamo para fechar dossier da desmilitarização

Falando esta quinta-feira em comício popular, perante centenas de residentes do distrito de Milange, província da Zambézia, último ponto da visita de trabalho que efectuou àquela região do país, Filipe Nyusi voltou a frisar que continua à espera da Renamo, para fechar o dossier.

“Eu continuo à espera deles (Renamo) para encerrarmos o processo” disse Nyusi, no comício popular que dirigiu no Posto Administrativo de Mongue.

Em cima da mesa do diálogo estão assuntos militares cuja finalidade é a desmilitarização dos homens armados da Renamo, parte dos quais esperam reintegração nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) e a maioria, na vida civil.

Desde a morte de Dhlakama ainda não há sinais de avanço nas conversações, contudo, Nyusi diz ter partilhado com a nova liderança da Renamo, os princípios que tinham sido acordados, mas ao que tudo indica, ainda não há correspondência da parte destes.

“Já partilhei todas as informações e estou à espera porque a paz efectiva é urgente. Estou disponível hoje, amanhã…para fecharmos o processo porque já nem falta muita coisa, tudo depende da conversa entre nós” disse, apelando a população para cultivar a paz, através da reconciliação.

“Aqueles irmãos que ontem disparavam e outros respondiam, não são de outro mundo, são deste país e temos que conviver com eles num clima de paz” frisou, repetindo um discurso quase contínuo nos últimos tempos.

Visita à Zambézia

No final de quatro dias de visita à igual número de distritos da Zambézia, Filipe Nyusi fez um balanço positivo de quase todos os sectores.

Na área de infraestruturas, disse ter constatado avanços na construção de algumas vias principais, de entre as quais, a estrada Milange-Mocuba, principalmente no troço Milange-Nova Benfica.

Ainda assim, reconheceu que prevalecem desafios de ligações condignas entre alguns distritos, o que condiciona as actividades comerciais desta que é uma das províncias mais produtiva do país.

Um dos aspectos que o estadista destacou, tem a ver com os níveis de produção agrícola. Em todos os distritos distrito por onde passou, a população evidenciou bons níveis de produção de cereais, dando garantias de que a fome é um aspecto que não faz parte do horizonte.

Na interação com o Chefe de Estado, a população voltou a pedir mais infraestruturas rodoviárias, expansão da rede escolar e sanitária.

Combate ao kwacha

A moeda malawiana, Kwacha, continua um caso de conflitos comercias entre os camponeses da Zambézia e comerciantes do Malawi.

Em pelo menos dois distritos por onde Filipe Nyusi passou, a população fez questão de reclamar das injustiças sofridas por parte dos comerciantes malawianos, que impõe o uso da sua moeda, quando adquirem produtos na zona fronteiriça.

Sucede que, devido a disparidade cambial, onde a moeda nacional, o Metical, é mais valiosa que o Kwacha, a imposição do uso da moeda malawiana penaliza sobremaneira os produtores nacionais.

No último comício de Filipe Nyusi, um dos camponeses de Milange questionou: “O Metical aqui em Milange não está a chegar. Somos obrigados a usar o Kwacha enquanto estamos em Moçambique porquê? – Questionou um dos camponeses.

Em jeito de resposta, Filipe Nyusi prometeu indigitar o Banco de Moçambique e as autoridades da indústria e comércio, para trabalharem nas regiões fronteiriças, nomeadamente, Milange, para sensibilizar as comunidades sobre como lidar com estas questões.

Electrificação

No distrito de Milange, um dos pontos por onde passou em 2014, durante a campanha eleitoral, Nyusi foi deixar uma promessa, relacionada com um pedido feito pela população.

Na altura o pedido era a disponibilidade da rede elétrica da rede nacional, que iria tirar o distrito, da actual dependência do Malawi.

“Até finais de Outubro, Milange vai ter energia elétrica da HCB. A rede já está a chegar a Molumbo e entre Setembro e Outubro já vai iluminar Milange” anunciou Filipe Nyusi.

A chegada da energia a Milange faz parte de um plano maior que segundo o Chefe de Estado, poderá estar concretizado até ao fim do ano.

“Até ao final do ano, o nosso sonho é que a energia elétrica da rede nacional chegue a todas as sedes distritais da província da Zambézia” anunciou.

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