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Nyusi propõe discussão sobre os problemas do país na abertura do 12º congresso da Frelimo

Filipe Nyusi acaba de declarar aberto o 12º congresso da Frelimo, que se realiza na cidade da Matola, Província de Maputo, até ao dia 28 deste mês. No seu discurso, o Presidente do partido no poder propôs aos militantes uma discussão sobre os problemas do país.

Segundo afirmou Filipe Nyusi, mais do que um momento de balanço, os militantes da Frelimo devem conseguir transformar a reunião num momento de planificação do futuro risonho para as gerações vindouras. Por isso mesmo, Nyusi incitou discussões abertas que devem assentar em pressupostos políticos, sempre com o tema unidade nacional, reforço da soberania e desenvolvimento em consideração.

De igual modo, o Presidente da Frelimo disse ser importante, durante o 12º congresso, delinear mecanismos concretos de como o país deve manter a soberania, pois só assim os moçambicanos podem continuar a ser donos das suas próprias riquezas.

O Presidente da Frelimo pediu foco nos debates, de modo a que a consolidação da unidade nacional e a reflexão com vista à vitória nas próximas eleições sejam possíveis. Outros tópicos referidos por Nyusi são os seguintes: foco na reflexão sobre o combate ao terrorismo, no investimento na sustentabilidade partido, na necessidade de rejuvenescimento, no impacto das mudanças climáticas, na necessidade de baixar o custo de vida e no pacote de medida de aceleração económica.

Segundo Filipe Nyusi, além de o 12º congresso estar a realizar-se num momento histórico, que coincide com os 60 anos da Frelimo, é um dos exemplos de que o partido fundado a 25 de Junho de 1962, na capital tanzaniana Dar es Salaam, continua a crescer com capacidade de liderar o processo de desenvolvimento de Moçambique.

Tal evento, argumentou, deve-se ao facto de o partido ter o povo moçambicano como ponto de partida e de chegada. “A Frelimo tem demonstrado ao país e ao mundo a sua capacidade de resiliência e de se reinventar face às dinâmicas políticas em cada momento histórico”, afirmou Nyusi, acrescentando que o partido se regozija por ter um Estado funcional para responder às preocupações do povo moçambicano.

No seu discurso de abertura, e falando para uma audiência com cerca de duas mil pessoas, Filipe Nyusi lembrou os compromissos assumidos pelo partido em cada congresso realizado, ao longo dos 60 anos de existência. Nessa ordem de ideia, Nyusi realçou que a Frelimo tem contribuindo para o fortalecimento da democracia em Moçambique, respeitando as decisões dos órgãos competentes, mesmo quando os resultados dos pleitos eleitorais não são favoráveis.

Para o Presidente da Frelimo, os moçambicanos são pacíficos, trabalhadores e generosos. No entanto, desde a Independência Nacional em 1975, o povo não tem desfrutado da paz plena, porque a guerra está sempre presente, sobretudo depois de pleitos eleitorais. Ainda assim, o compromisso do partido pela paz tem sido inalterável.

Nyusi ainda defendeu que o congresso deve servir para que se consiga definir as melhores maneiras de servir aos moçambicanos. Por exemplo, com combate à criminalidade, ao tribalismo e a todos os actos que prejudicam a sociedade moçambicana. “Por isso, queremos conduzir os debates dentro da nossa agenda, considerando o que nos une e não aquilo que nos pode dividir.”

Na abertura do 12º congresso da Frelimo, Filipe Nyusi lembrou a importância da Tanzânia para a formação do partido. Nyusi referiu que Moçambique será eternamente grato por aquele país vizinho ter servido de retaguarda segura durante a Luta Armada de Libertação Nacional. “Hoje, a nossa história de 60 anos repete-se em tamanho maior, desta vez, numa pátria livre”. Dito isso, Nyusi fez menção à presença da Presidente da Tanzânia na sala, Samia Shulu Hassan, e considerou que os laços entre os dois países continuam inabaláveis.

O 12º congresso da Frelimo pretende sintetizar a história de um povo que luta pelo seu destino, pela justiça e pelo seu desenvolvimento. Nesse aspecto, reforçou Filipe Nyusi: “Estamos aqui para procurar soluções de desenvolvimento”.

Uma das coisas de que Moçambique precisa para se desenvolver é a paz, posta em causa pelos ataques terroristas em Cabo Delgado com tendência em alastrar-se para outras províncias, como Nampula. Encontrar soluções para esse problema social também é uma prioridade dos congressistas.

Filipe Nyusi defendeu que, no intervalo entre o 11º congresso e este, o país testemunhou um impacto positivo de ordem económica, superando, assim, factores adversos que se abateram sobre a sociedade moçambicana. Entre essas situações, além dos conflitos armados, recentemente, destaca-se a pressão resultante da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Na visão de Nyusi, programas como Energia para Todos; de construção de estradas; SUSTENTA; programa Água para Vida; programa Um Distrito, Um Hospital; e Um Distrito, Um Banco revelam que Moçambique está a crescer.

Antes de terminar a sua intervenção, Filipe Nyusi lembrou a recente conquista do país na eleição a membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Este facto inédito, segundo defendeu, deve orgulhar todos os moçambicanos, em especial os membros da Frelimo. “Na história da ONU, nunca tinha havido uma eleição por unanimidade. Foi um movimento colectivo de todos os moçambicanos”, porque tal eleição àquele órgão reflecte o reconhecimento internacional do país na promoção da paz e na resolução de conflitos.

Um dos momentos mais altos do 12º congresso da Frelimo será a eleição dos membros dos órgãos sociais do partido, incluindo o presidente.

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