O terrorismo em Cabo Delgado só será vencido se houver união dos moçambicanos, defende o Presidente da República, e exigiu acções para que não haja focos do terrorismo em Niassa. Filipe Nyusi falava hoje na abertura do 12º Conselho Coordenador do Ministério da Defesa Nacional.
O Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança fez-se ao Clube Militar, esta quarta-feira, para dirigir a sessão de abertura do 12º da instituição de que já foi ministro. Mas antes de se dirigir aos presentes, coube ao titular da pasta da Defesa Nacional dar a conhecer os objectivos do evento, com duração de quatro dias.
Cristóvão Chume, ministro da Defesa Nacional, disse que o evento visa: “avaliar as actividades que estavam previstas no plano económico e social de 2021, ao nível do sector da Defesa Nacional, e definir linhas orientadoras para o presente ano, com vista a tornar o nosso sector mais preparado e apto para cumprir com eficácia a sua missão constitucionalmente outorgada”.
E reagindo a esta intervenção, o Filipe Nyusi disse que espera do evento linhas claras sobre os desafios da segurança no país. “Queremos que ao fim dos quatro dias, que se comprometem a debater, saiam com propostas de acções claras e concisas sobre os caminhos que o sector da defesa nacional deve trilhar para a execução eficaz e eficiente das tarefas a si atribuídas”.
Sobre o terrorismo em Cabo Delgado, o Chefe do Estado disse que não se pode permitir que o mal se espalhe pelo país.
“O terrorismo já provou que é um inimigo que só pode ser vencido se houver união entre os moçambicanos, assim não terá a possibilidade de penetrar e prosperar. Não podemos permitir que este mal se espalhe pelo país. A coordenação entre as forças amigas do Ruanda e da SADC é fundamental. Moçambique está a tornar-se num modelo de cooperação bilateral e multilateral no combate ao terrorismo universal”, afirmou.
No que diz respeito a relatos sobre supostas práticas de atrocidades e agressões em Cabo Delgado, alegadamente protagonizadas pelos militares, o Chefe do Estado exige que o Exército valorize os direitos humanos.
“Há uma necessidade de as Forças de Defesa de Moçambique continuarem a respeitar os direitos humanos, digo continuarem porque o histórico do povo moçambicano foi esse e tem feito bem. No caso concreto, a protecção de crianças para não serem recrutadas e usadas como soldados”.
Além de estancar o terrorismo Nyusi disse, ainda, que o Exército deve estar atento para não ser surpreendido por quaisquer fenómenos que atentem contra a segurança e soberania territorial.
“Terrorismo, terrorismo, terrorismo, as Forças Armadas não se devem distrair, pois têm mais ameaças. O sector da Defesa deve ser proactivo, analisando os cenários diversos, suas ligações, manifestações e antecipar medidas profiláticas ou de combate.”
Participam deste evento, para além dos delegados ao Conselho Coordenador, antigos ministros da Defesa Nacional, antigos chefes do Estado Maior-general e representantes de outras áreas de Defesa e Segurança. O evento decorre sob o lema “Sector de defesa, focado no planeamento por capacidades, rumo à modernização das FADM”.