Foram ao todo 16 ministros que tomaram posse este sábado, incluindo o Primeiro Ministro, e que juraram empreender todas energias para o bem estar do povo moçambicano, perante o Presidente da República, que os confiou responsabilidades. No acto esteve ausente a Ministra da Cultura e Turismo, Eldevina Materula.
Depois de cada um ler o termo de posse e assinar o compromisso que tem com o Presidente da República e com o povo moçambicano, coube a Filipe Nyusi proferir o seu discurso, quase ele dominado por recados aos recém-empossados.
Nyusi começou por dizer que deve ser um compromisso nobre este que foi aceite por todos os ministros, e que devem se focar no fortalecimento das conquistas do Estado. Para Nyusi, os escolhidos não são melhores que outros, num país com muitos milhões de moçambicanos competentes. Foram confiados porque cada um deles pode fazer melhor no seu sector de trabalho e espera que cumpram integralmente o seu compromisso.
O chefe do estado deixou claro que esta tomada de posse acontece num momento singular para o país, uma vez que acontece depois das primeiras eleições realizadas num novo modelo, trazido pela revisão pontual da Constituição da República, em que a principal luta é a descentralização.
Período conturbado para o país
Para o Presidente da República, esta tomada de posse acontece também numa altura em que o país está a ser assolado por várias situações que preocupam o governo, dentre eles as chuvas intensas que provocam luto e desalojam no centro e norte, a seca e outras intempéries, os ataques armados que provocam vítimas mortais no centro e no norte do país, nomeadamente em Manica e Cabo Delgado.
Entretanto, Nyusi exorta os seus ministros a trabalharem em prol do desenvolvimento do país, tendo em conta as vicissitudes do momento, já que por um lado há progressos no país, em áreas como agricultura, educação, saúde, desporto, cultura entrou outros, mas por outro lado há desafios que devem ser enfrentados.
Convidou a todos empossados a trabalharem, nos seus sectores, a primarem por uma economia mais elevada para o país, mas também na criação de mais empregos para os moçambicanos. Para tal, devem transformar o manifesto em Plano Quinquenal do Governo, olhar para o capital humano e procurar formas de geração de emprego, para além de fortalecer o desenvolvimento da economia nacional.
Conhecer os ministérios para onde vão
Filipe Nyusi exortou aos ministros para que não tenham desculpas de serem novos nos seus postos de trabalhos, uma vez que os ministérios existem há bastante tempo. Para tal devem começar quanto cedo possível a se familiarizar com as actividades de cada ministério, devendo ser práticos e pragmáticos para o fortalecimento dos resultados do novo governo.
Governo transparente, imparcial e leal
Nyusi exortou ainda os ministros a serem transparentes e imparciais. Aliás, para o chefe do estado moçambicano, “os membros do governo devem ser leais”, ou seja, respeitarem o povo e não trair a confiança deste, ter responsabilidade e honra, ser obediente e íntegro e não se compadecer com o nepotismo. É assim que Nyusi quer o seu governo para os próximos cinco anos.
“A partir de agora estão sob vigilância do nosso povo, que é o nosso patrão (…) por isso devemos continuar a ser implacáveis com a corrupção”, que afecta o ambiente de negócio no mercado internacional.
Nyusi quer um governo que seja proactivo, no sentido de perceber o problema ainda no seu início e antecipar a sua resolução, sem esperar por ordens superiores. Cada um deve estar consciente das responsabilidades que tem e buscar a resolução dos problemas do povo no sector que dirige.
“O ‘modus vivendus’ do nosso governo deve ser o brilho de toda equipa. Deve haver comunicação intra e inter-ministerial”, disse Filipe Nyusi no seu discurso aos empossados.
Quadros competentes para os lugares certos
O chefe do estado está ciente das dificuldades que os ministros vão enfrentar no exercício das suas funções, mas encoraja-os a serem firmes no seu trabalho.
Assegura que foram escolhidos quadros experientes e competentes para os vários ministérios. “A vossa indicação não significa que são únicos ou melhores, mas porque achamos que cada um de vocês, no seu sector, deve fazer o seu melhor neste momento para o desenvolvimento do país”, esclarece Nyusi.
Aliás, é por isso que Nyusi quer que os membros do governo sejam comunicativos com o povo e devem estar mais presentes e ter um espírito de prestação de contas, como forma de evitar especulações.
Exortou aos membros a saberem alcançarem os resultados governamentais dentro do Plano Quinquenal do Governo.
“A partir de hoje não são cidadãos normais. São uma equipa da linha da frente que deve buscar soluções para os problemas da população”, deixou claro o chefe do estado aos empossados.
E porque quer celeridade nos ministérios, Nyusi apelou aos novos ministros empossados para que aproveitem o final de semana e os três primeiros úteis da semana para se inteirar das actividades dos seus postos de trabalhos e apreciar o Plano Quinquenal do Governo e ver os compromissos que já foram feitos para responderem aos anseios do povo, bem como o plano dos primeiros 100 dias, que serão fiscalizados pelo Primeiro Ministro. No fim do seu discurso, Filipe Nyusi deixou responsabilidades a cada um dos ministros empossados. E agradeceu o engajamento, compromisso e disponibilidade de cada um dos ministros.
Antigos ministros vão ser solicitados sempre
A nova máquina governamental tomou posse na presença dos antigos ministros, e Filipe Nyuso foi peremptório em afirmar que todos serão sempre solicitados para trabalhar em cada um dos ministérios em que estavam a trabalhar.
Disse que teve dificuldades para montar o novo elenco porque tinha uma “equipa de elite”. E porque conhece as capacidades de cada um deles, assegurou que “vamos vos solicitar para correrem connosco”.
A cerimónia terminou com o brinde e fotos de família.