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Nyusi e Ramaphosa analisam caso Hannekon e Chang

À margem da cimeira da União Africana que hoje terminou em Addis Abeba, Etiópia, os Presidentes de Moçambique e África do Sul mantiveram encontro durante o qual discutiram os dois assuntos que dominam a actualidade entre os dois países, nomeadamente a morte do empresário sul-africano Andriew Hannekon acusado de financiar os insurgentes em Cabo Delgado e que ocorreu dias depois do Presidente sul-africano ter visitado Moçambique e mantido conversações com o seu homólogo.

O outro assunto discutido no encontro de Addis Abeba é a prisão do deputado e ex-ministro das Finanças Manuel Chang. “Todos sentimos a morte prematura do senhor Andrew que tinha sido detido e que era uma peça importante para podermos compreender os ataques e solidarizamo-nos com a família porque ninguém deve morrer num problema que pode ser julgado. Também passamos em revista os outros assuntos como o caso da detenção do nosso cidadão, as intenções de Moçambique em relação a isso e em respeito à justiça e depois fomos para as áreas da nossa cooperação” explicou o Presidente da República, Filipe Nyusi.

Por outro lado recusou que a morte do empresário sul-africano tenha esfriado as relações entre Moçambique e África do Sul “os países não são pessoas, e por acaso isso foi vincado.

Tem que se ver o que causou a morte e há procedimentos científicos que podem provar e por isso há uma autópsia que foi feita em Moçambique, se há necessidade de se fazer uma outra autópsia na África do Sul não há problemas, mesmo alguém quando é diagnosticado uma doença até a tendência é mais uma opinião, segunda ou terceira opinião de médicos e depois se vê o que é” disse o Chefe de Estado moçambicano que revelou ainda que trocaram impressões sobre os ataques em Cabo Delgado porque é do interesse da África do Sul uma vez que se trata de um grupo que já actuou na Tanzania e amanhã pode actuar em qualquer outro país da região.

Em Addis Abeba Filipe Nyusi reuniu-se ainda com o Primeiro-Ministro de Eswatini, com os Presidentes de Ruanda e de Seychelles. Ao último convidou para participar na Conferência sobre Economia Azul que deverá ter lugar em Maputo no próximo mês.

Na manhã de ontem participou num pequeno almoço organizado pelo Quênia para comemorar os 400 anos da abolição do comércio transatlântico de escravos. Durante o encontro falou dos desafios que se colocam aos governantes para identificarem novas formas de escravatura, geralmente ligado à pobreza em que vive a maior parte da população do continente africano.

No início da tarde participou do plenário da Cimeira da União Africana que está a debater a sobre a harmonização de medidas a tomar para evitar que populações se refugiem ou se desloquem de forma forçada das suas zonas de origem e se tal acontecer as medidas a adoptar devem harmonizar o tratamento dos deslocados e refugiados em todos os países africanos.

O Presidente moçambicano defendeu que à par da paz evitar que haja refugiados e deslocados é fundamental para que os países do continente consigam implementar e alcançar a Agenda 2063 adoptada pela União Africana visando desenvolver todos os países do continente.
 

 

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