A comitiva do Presidente da República que visita Holanda conta com a presença de mais de 50 empresários, liderados pela Confederação das Associações Económicas. Os mesmos tiveram contactos com mais de 100 empresários holandeses e discutiram parcerias e possibilidades de financiamento. O encontro dos “homens de negócios” foi encerrado pelo Presidente da República, que, na ocasião, apelou aos empresários holandeses a não terem receio de investir em Moçambique, destacando as áreas de agricultura, pecuária, turismo, recursos minerais e formação do capital humano.
Mas o Chefe de Estado enfatizou a necessidade do empresariado holandês também apostar no sector de transporte de passageiros. Filipe Nyusi disse que há no país uma grande oportunidade para o sector de transporte urbano de passageiros, nas cidades de Maputo, Beira e Nampula, mas também em Tete, Nacala e Pemba, sendo que os empresários dos dois países deviam negociar parcerias e possíveis subsídios que o Governo poderia, eventualmente, atribuir aos investidores.
Igualmente, disse que o sector da aviação civil está aberto ao investimento estrangeiro, porque o Governo está preocupado em desenvolver este tipo de transporte no país, que nos últimos meses tem registado muitas dificuldades. Ainda assim, tem havido muito interesse de investidores de outros países. “Ainda hoje, ouvi algum desenvolvimento, a qualquer momento já não haverá espaço para discutir este assunto, os outros vão pegar, não estou a fazer chantagem, é real. Mas como ainda não vi documento da discussão que está a ser feita, ainda vamos a tempo” disse Filipe Nyusi.
Sector financeiro em peso na Holanda
A banca moçambicana esteve em peso na missão empresarial à Holanda, representada pelo Banco Comercial e de Investimentos, Banco Nacional de Investimentos e BancABC. Nos vários encontros, houve um grande interesse do sector financeiro holandês na banca moçambicana. Aliás, bancos e fundos de investimento apresentaram aos empresários moçambicanos linhas de financiamento directo e outros que podem ser feitos em parceira com bancos nacionais, principalmente para incentivar importações de Moçambique para Holanda, mas também há os que pretendem incentivar exportações holandesas para o nosso país, com destaque para navios, que deverão operacionalizar o sonho do Governo de reactivar a cabotagem.
Aliás, o Presidente da República visitou uma das empresas de construção naval, a Damen, que está interessada em vender os seus navios a Moçambique. Para tal, apresentou ao Chefe de Estado uma embarcação que foi construída a pensar no mercado moçambicano e que pode ser usada para transporte de pessoas e mercadorias. Em princípio, a mesma poderá ser oferecida pela empresa ou pelo governo holandês, para o transporte entre a Ilha de Inhaca e a cidade de Maputo.
Na ocasião, o ministro dos Transportes e Comunicações revelou que o Governo está muito interessado em adquirir embarcações que podem facilitar a comercialização agrícola, transportando mercadorias de locais com pequenas infra-estruturas para atracagem até aos grandes portos.