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Novos postos para regularização de campas, em Maputo, andam vazios

Na sequência dos episódios de enchentes, desorganização e incumprimento das medidas de prevenção da COVID-19, verificadas durante o processo de regularização de campas e jazigos, no cemitério de Lhanguene, o Conselho Municipal de Maputo decidiu descentralizar o processo, anunciando mais postos para o efeito, entretanto estes registam pouca afluência, comparativamente a administração.

O jornal “O País” visitou algumas sedes dos distritos municipais, para ver de perto o desenrolar do processo. O que se verifica no terreno é uma fraca adesão.

Fernando Chaúque, funcionário do distrito municipal kaMaxaquene, alia a fraca adesão ao facto de as pessoas terem relaxado, por conta da prorrogação do prazo, podendo haver, novamente, enchentes, no fim do processo, em Novembro.

“O processo está a decorrer normalmente apesar de não aparecerem muitas pessoas. Mas, há interesse das pessoas em registarem os pedidos de regularização das campas dos seus entes queridos”, revelou a fonte.

Naquela sede distrital, desde que o processo iniciou a 26 de Julho, apenas 14 pessoas se fizeram ao local, para solicitar a regularização das campas e jazigos.

Assiste-se  à mesma situação  na sede distrital KaFumo, onde, com uma média diária de três pessoas, até na manhã desta quarta-feira (28), apenas tinham recebido 10.

Entretanto, nos serviços da administração do cemitério de Lhanguene, a realidade é diferente.

Contrariamente ao que se esperava, com a decisão da descentralização, aquele local ainda continua a registar uma grande afluência. Muitos dos munícipes, que lá vão, não sabem da existência de postos de regularização nas suas zonas residenciais.

Isabel e Celeste vivem nos bairros das Mahotas e Maxaquene, onde curiosamente estão a funcionar, desde o dia 26 de Julho, os postos distritais de KaMavota e kaMaxaquene, entretanto elas, como muitos outros utentes, desconhecem a sua existência.

Para contornar esta realidade, a vereadora para área de Saúde e Acção Social no Município de Maputo, Alice de Abreu, diz que, a nível local, estão a ser feitas actividades de sensibilização e divulgação destes locais aos munícipes.

“Nós temos, em cada distrito municipal, um técnico de Saúde e Acção Social, que está a fazer capacitação aos técnicos dos distritos e a trabalhar com os secretários dos bairros, chefes de quarteirão e os directores distritais, para garantir que, através destes, possamos fazer a contínua divulgação desta informação aos munícipes, de que existem, nos bairros, locais onde podem requerer a regularização e obter mais informações.”

Alice de Abreu explicou, ainda, que os mecanismos criados têm em vista facilitar o processo de regularização e garantir que todos os munícipes concluam a regularização das campas e do coval e sua manutenção de forma cómoda.

A gestora indicou que está disponível, para todos os munícipes, uma linha de consulta e esclarecimento de dúvidas do município, através do contacto 800 945 945.

As medidas de prevenção da COVID-19 continuam a falhar naqueles espaços.

Na visita que “O País” fez, constatou que há ainda locais que não possuem termómetro para medição de temperatura. Os baldes para lavagem das mãos até há, mas sem água.

Sobre este aspecto, a dirigente afirma que todas as sedes distritais têm condições mínimas de higiene e estão instruídas para seguir o protocolo sanitário, na luta contra a COVID-19.

“Estamos cientes de que disponibilizamos condições mínimas para garantir a desinfecção e a lavagem das mãos. Entretanto, não havendo o cumprimento das medidas, nós iremos informar e regularizaremos onde não esteja a acontecer em conformidade com as normas”, prometeu a dirigente.

Com mais 120 dias, a contar a partir desta quarta-feira (28), o processo está a decorrer em todas as sedes dos distritos municipais, nomeadamente KaMpfumo, Lhamanculo, KaMaxaquene, KaMavota, kaMubukwane, Katembe e Kanhaca.

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