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Nova linha de energia em Vilankulo pronta até Setembro de 2021

O “O Pais” encontrou o senhor António André, um comerciante no Bairro 19 de Outubro em Vilankulo, entretanto, opera sem corrente eléctrica. Ele exerce a actividade há mais de um ano e vende um pouco de tudo desde bebidas até produtos alimentares.

Mas vender produtos frescos numa zona com grande potencial turístico não é tarefa fácil para o senhor André, uma vez que por falta de energia ele é obrigado a comprar gelo para manter os seus produtos frescos.

Ele conta que já solicitou a empresa Eletricidade de Moçambique que se fizesse a ligação no seu estabelecimento, pedido que entretanto não foi satisfeito.

É que os distritos de Mabote, Vilankulo, Inhassoro e Govuro em Inhambane, bem como Machanga em Sofala, estão ligados a central eléctrica de Temane em Inhassoro que gera corrente eléctrica a partir do gás natural.

A referida central passou para a gestão da EDM em 2007, na altura com uma capacidade instalada de apenas um megawatt, com apenas 500 ligações e a empresa teve de instalar novos equipamentos que reforçaram a capacidade da central para 12 megawatts, o que permitiu ligar 16 mil clientes.

Com o tempo, o equipamento foi apresentando sinais de desgaste a constantes indisponibilidades de energia, sendo que opera agora, com a metade da sua capacidade.

Sendo aquela uma região com um grande potencial turístico e na indústria extrativa, a EDM foi buscar junto dos seus parceiros dinheiro para reforçar a disponibilidade de energia nos 5 distritos.

São ao todo 35 milhões de dólares americano, dinheiro do governo da Suécia, investidos na construção de 240 quilômetros de linha de alta tensão desde Chibabava em Sofala até Temane em Inhassoro.

A construção de 3 subestações, uma de 16 megawatts em Casa Nova em Chibabava, outra em Temane de 40 megawatts e a última de 20 megawatts em Vilankulo

Finalmente, o pacote inclui a construção de 174 quilômetros de linha de expansão de media tensão, 88 quilómetros de baixa tensão e a instalação de 79 Postos de Transformação nos bairros periféricos.

Espera-se no final que a nova linha permita a ligação imediata de 7 mil novos clientes, nos 4 distritos de Inhambane e Machanga em Sofala.

As obras foram adjudicadas a 3 empresas, sendo uma indiana que tem a missão de construir os 240 quilômetros de linha, uma chinesa que deve construir as 3 subestações, uma em Chibabava, outra em Inhassoro e a última em Vilankulo. A construção das linhas de expansão da rede estão sob responsabilidade de uma empresa portuguesa e segundo apuramos no local, a execução das obras está acima de 50%.

Aliás, no terreno as obras acontecem todos os dias e foram mobilizados 650 trabalhadores moçambicanos que se juntaram a outros 80 que vem de fora do país.

Em Temane, local em que acontece a construção de uma das subestações, o “O Pais” encontrou Arlindo, um serralheiro que trabalha na construção de linhas de energia há 10 anos. Ele conta que começou como estagiário e hoje ele lidera o processo em várias obras. Arlindo conta que já participou na construção de subestações de linhas de alta e media tensão nas províncias de Sofala, Manica e Tete e agora está desde Março deste ano em Temane, na província de Inhambane.

Com o trabalho que faz Arlindo diz que muita coisa mudou na sua vida, uma vez que já construiu a casa própria, consegue pagar a escola dos filhos e colocar comida na mesa.

As obras tem 23 meses de duração e os empreiteiros esperam que até Setembro do próximo ano, tudo esteja pronto para fazer-se a entrega.

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