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Níger autoriza invasão de aliados no seu território

Foto: DW

A junta militar no poder no Níger autorizou os aliados Mali e Burkina Faso, que são igualmente governados por militares, a invadirem o território nigerino caso a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental use a força para impor que a ordem democrática seja restabelecida.

A junta militar do Níger, liderada pelo general Abdourahamane Tchiani, está disposta a sustentar o novo regime, apesar das frequentes ameaças lançadas pela CEDEAO, desde 30 de Julho, para a reposição do Governo democrático do Presidente deposto, Mohamed Bazoum.

Com efeito, a junta assinou duas ordens, autorizando as Forças de Defesa e Segurança do Burkina Faso e do Mali a intervirem no território nigerino, em caso de invasão armada pela CEDEAO.

No início deste mês, em comunicado conjunto, o Mali e o Burquina Faso alertaram que qualquer intervenção em território nigerino seria considerada “uma declaração de guerra” também contra esses dois países.

Embora CEDEAO e o Níger digam que uma solução pacífica é a prioridade, a acção militar é uma alternativa real. O bloco argumenta que, se a tomada de poder no Níger for bem-sucedida, outras poderiam ocorrer em África, levando a uma sucessão de golpes de Estado que, de certa forma, já estão em curso e se alastrariam ainda mais. Argumentam, ainda, que o golpe tende a prejudicar os esforços regionais de combate ao terrorismo islâmico.

Entretanto, pesa contra a invasão a possibilidade de ela gerar um conflito de maior amplitude, com o envolvimento inclusive de superpotências, como a Rússia.

Esta sexta-feira, o Níger expulsou embaixadores dos EUA, França, Alemanha e Nigéria, tendo até ao final de domingo para deixar o país.

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