Vendedores do Mercado Municipal de Frango e Magumba, na Cidade de Maputo, negam a gestão da CTA e ameaçam voltar a praticar a sua actividade na praia de Costa do Sol.
Há discórdia e falta de comunicação no Mercado Municipal de Frango e Magumba, na Cidade de Maputo. Os vendedores dizem que não sabiam que houve passagem de pastas na gestão daquela infra-estrutura.
O facto é que, na sexta-feira, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique e o Conselho Municipal da Cidade de Maputo trocaram de pastas, num memorando que deixa a CTA como gestora do Mercado de Frango e Magumba, por um período de oito anos.
A presidente da Associação dos Vendedores de Frango e Magumba (AFRAMA), Sandra Matsinhe, diz que soube da mudança da gestão pela nossa equipa de reportagem. “Para estar neste mercado, não coordenamos com a CTA, mas sim com o Município [de Maputo]. Não temos nenhum memorando com a CTA, não queremos trabalhar com esta instituição. Eles devem resolver o seu problema. Nós queremos trabalhar com o Conselho Municipal que foi quem nos tirou de onde estávamos.”
A secretária da AFRAMA, Angelina, explica que, pouco antes de a obra ser entregue aos vendedores, em Dezembro de 2021, a CTA teria entregado contratos que firmavam acordos de arrendamento dos contentores da marginal, e os vendedores deveriam pagar à CTA três mil Meticais mensais de renda por cada contentor.
“De acordo com esses contratos, não pagamos taxas, mas renda, estipulada em três mil Meticais. Aliado a isso, queriam ainda que pagássemos três mil e quinhentos Meticais para garantir a instalação da corrente eléctrica, mas nós negamos”, revelou.
Cinco meses passam desde a sua inauguração, mas os vendedores continuam a lamentar a falta de energia, além de existirem apenas duas cozinhas repartidas entre os pouco mais de 200 utilizadores, outro facto que eleva ainda mais a insatisfação no mercado dos contentores.
Inaugurando em 2021, o Mercado de Frango e Magumba surgiu para pôr fim ao problema da venda desordenada na praia da Costa do Sol. Entretanto, com um tom de insatisfação, os vendedores ameaçaram voltar, caso o Município de Maputo não retroceda na sua decisão.
“Queremos pagar uma taxa mais ou mesmo igual a de outros mercados. Pode não ser tal e qual, porque sabemos que estamos numa zona nobre, mas três mil não vamos pagar”, afirmou um vendedor.
“Vamos ficar fora, vamos fechar todos os quiosques e vendermos fora. Preferimos voltar à nossa antiga forma”, secundou Victória Francisco, conselheira da AFRAMA.
A infra-estrutura foi financiada pela Confederação das Associações Económicas e, desde que o mercado foi inaugurado, a gestão era feita pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo.